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"Não se pode contar com PS para luta contra quem se acha dono disto tudo"

O secretário-geral do PCP acusou hoje o PS de estar comprometido com uma estabilidade política que cria instabilidade na vida das pessoas, afirmando que não se pode contar com o partido para enfrentar "quem se acha dono disto tudo".

"Não se pode contar com PS para luta contra quem se acha dono disto tudo"
Notícias ao Minuto

23:47 - 21/06/24 por Lusa

Política PCP

Num discurso durante um comício em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, Paulo Raimundo acusou o PS de estar a "animar o faz de conta", criticando o partido por estar a "avançar agora medidas que há uns meses atrás chumbou, ao mesmo tempo que jura fidelidade à estabilidade política".

"Estabilidade a esta política que está em curso, é isso que o PS quer? Do que é que serve a estabilidade desta política que está em curso se a única consequência que tem é a instabilidade na vida das pessoas?", questionou o líder do PCP.

Paulo Raimundo defendeu que, "quando chega a hora H, o PS não sai do sítio onde sempre esteve e onde se quer manter: junta-se ao PSD, Chega, e CDS para impedir que os 12 milhões de euros de lucro da banca suportem o aumento das taxas de juro" ou para aumentar a dedução específica e o englobamento do IRS.

"Não se pode contar com o PS para a luta contra aqueles que se acham os donos disto tudo", defendeu.

Neste discurso, Paulo Raimundo salientou que o PCP vai continuar a denunciar "as manobras em curso, onde, no atual quadro político, cada um tem um papel e uma tarefa distribuída".

"É uma banda que parece desafinada, mas onde nunca falha nenhuma das notas. O PSD e o CDS são agora os de turno na aplicação dos interesses dos grupos económicos. Para a IL, sobra o papel de aparente novidade, mas que é fiel depositária de tudo aquilo que é velho e ultrapassado: é o ponta de lança da ofensiva ideológica da liberalização da economia e do ataque aos direitos", disse.

Já o Chega, prosseguiu, faz o papel "de arruaceiro barulhento, de demagogia, de ataque a tudo e a todos para cumprir o papel de tentar desviar a atenção da questão central, que é a exploração".

Está "na procura constante de nos levar a olhar para todos os lados na procura de um inimigo e nunca olharmos para o sítio onde está verdadeiramente o inimigo: está no grupos económicos, nos seus interesses, na exploração", disse, provocando apupos na sala cheia.

Paulo Raimundo defendeu que "anda tudo ao som desta banda", dando o exemplo do chumbo da proposta do PCP para a constituição de uma comissão de inquérito à privatização da ANA, em 2013, ou dos projetos de lei apresentados pelo partido para combater os paraísos fiscais.

Depois, o líder comunista abordou o pacote contra a corrupção, apresentado pelo Governo esta semana, para o designar de "pacote de legalização do tráfico de influências" e considerar que não irá ter "praticamente nenhuma consequência" no combate à corrupção.

São "32 medidas... Ou melhor, 32 intenções que, na prática, deixam tudo para depois, passam ao lado do que é estruturante, e não têm praticamente novidade nenhuma", considerou.

Para Paulo Raimundo, "o que não fica para depois, com estas medidas, é a legalização do que é hoje ilegal: o tráfico de influências, o chamado lóbi".

"Muita conversa, muita batida no peito contra a corrupção, muita areia para os olhos, mas, no fim, aquilo que se concretiza é a passagem do que é hoje ilegal para passar a ser legal, para que tudo no fundamental fique na mesma: ao serviço dos que se acham donos disto tudo", criticou.

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