O Partido Comunista Português (PCP) foi criticado, na quarta-feira, por não ter aplaudido um grupo de onze militares ucranianos feridos de guerra, que esteve presente na Assembleia da República (AR). No entanto, o partido garantiu que só "não acompanhou um aplauso mais prolongado" e que as acusações são "insinuações".

"O presidente da AR anunciou a presença nas galerias de crianças e jovens de várias escolas, bem como de militares ucranianos", começou por referir o deputado comunista António Filipe.

"O PCP aplaudiu, mas não acompanhou um aplauso muito mais prolongado que o habitual feito por outras bancadas. Esta é a verdade. O resto são insinuações", atirou.

O presidente da AR anunciou a presença nas galerias de crianças e jovens de várias escolas bem como de militares ucranianos. O PCP aplaudiu, mas não acompanhou um aplauso muito mais prolongado que o habitual feito por outras bancadas. Esta é a verdade. O resto são insinuações.

— Antonio Filipe (@AntonioFilipe) June 26, 2024

O incidente aconteceu na quarta-feira antes do início do debate com o primeiro-ministro, Luís Montenegro. O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, anunciou a presença dos feridos nas galerias e os cidadãos ucranianos foram prontamente aplaudidos durante cerca de um minuto pelos deputados e membros do Governo, à exceção - aparentemente - do PCP.

Posteriormente, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, criticou os comunistas por não terem aplaudido os feridos de guerra. "Não posso deixar de salientar que vi na bancada do PCP uma total ausência de entusiasmo com essa presença", realçou o liberal.

Pcp não aplaude os soldados ucranianos no parlamento...🤬🤬🤬

pic.twitter.com/DsEhkaQDYk

— Gustavo Elias (@JGustavoElias) June 26, 2024

Sublinhe-se que um primeiro grupo de 15 feridos de guerra ucranianos, combatentes na frente de batalha do leste do país, chegou este mês a Portugal para iniciar uma recuperação no novo centro de reabilitação de Ourém.

O centro, localizado em Aldeia Nova, concelho de Ourém, distrito de Santarém, iniciativa da associação Ukrainian Refugees UAPT (conhecida por HELP UA.PT), foi criado a partir da recuperação de um antigo seminário, com o apoio de diversas empresas e da sociedade civil.

Leia Também: Papa recebe mães e filhas de combatentes ucranianos detidos na Rússia