PCP não vê acordo com os maquinistas como "inversão das opções de fundo"
O secretário-geral do PCP afirmou hoje não ver no acordo do Governo com o sindicato dos maquinistas uma "inversão das opções de fundo" do executivo, mas reconheceu que o compromisso é uma "boa notícia".
© Getty Images
Política Paulo Raimundo
Numa conferência de imprensa após a reunião do comité central do partido, Paulo Raimundo disse não conhecer o que foi assinado pelas partes, mas que, apesar disso, reconhece que "para quem o assinou será uma boa notícia", porque "se assinou é porque acha que é bom".
O líder comunista referia-se ao acordo para aumentos salariais que foi conseguido esta sexta-feira entre o sindicato dos maquinistas e o Ministério das Infraestruturas e que levou à suspensão da greve na CP - Comboios de Portugal, que decorria até 14 de julho.
O secretário-geral do PCP deixou críticas ao Governo, referindo que o país está confrontado com "uma emergência nacional" que exige "medidas excecionais e medidas especiais para atacar o problema do aumento geral e significativo dos salários".
Paulo Raimundo considerou ser preciso fixar trabalhadores na CP pela "importância estratégica que tem" e "criar condições que permitam atrair trabalhadores para a CP".
"Isso só se faz com o aumento significativo dos salários desde logo nos salários de entrada na profissão e de entrada na própria CP. E esse é um elemento estratégico, respondendo ao conjunto das reivindicações dos trabalhadores. Não parece que haja aí uma inversão das opções de fundo do Governo",acrescentou
Questionado sobre as palavras recentes do antigo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre a possibilidade de uma nova ida às urnas, Paulo Raimundo afirmou que o seu desejo não é de eleições antecipadas mas de criar condições para o Governo "corresponder aos interesses dos grupos económicos".
"Nós temos um programa do Governo que diz ao que veio, que está dirigido e organizado para responder aos interesses dos grupos económicos, e é isso que o senhor Cavaco Silva quer que se faça e o mais depressa possível, é essa a opção", afirmou.
Raimundo, sobre os problemas na justiça, reiterou ainda que "não há como" a atual procuradora-geral da República ver renovado o seu atual mandato - que finda em outubro - e sublinhou o atual "consenso generalizado de olhar para as questões da justiça"
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