Pedro Costa, comentador político e filho do antigo primeiro-ministro António Costa, saudou a escolha do pai para liderar o Conselho Europeu - que foi oficializada na quinta-feira.
"Vamos recordar onde estávamos em 2015, de onde partimos, e onde estamos hoje. Temos Carlos Moedas e Luís Montenegro, dois rostos da total subjugação do Governo português à 'troika', a reconhecerem a importância e o valor do trabalho europeu de alguém que, como primeiro-ministro, fez da sua principal linha de atuação uma forma diferente de falar com Bruxelas e de negociar com os parceiros europeus", disse, no sábado, na CNN Portugal.
No mesmo comentário político, Pedro Costa afirmou que a escolha do antigo líder socialista é "o reconhecimento de que a austeridade não funciona como modelo financeiro para este continente e de desenvolvimento".
Também é "o reconhecimento desses parceiros europeus dessa pessoa e desse ciclo político como alguém que é a pessoa certa para liderar estes trabalhos difíceis e desafios, mas também dessa forma diferente de ver a Europa", disse.
Pedro Costa, que se demitiu do cargo de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique no fim de abril, alongou-se na lista de elogios ao presidente eleito do Conselho Europeu, afirmando que a sua escolha "é o reconhecimento da importância de permitir aos Estados pequenos que falem de igual para igual com os Estados grandes".
"Esse é o maior sinal político e a maior lição política que devemos tirar para o futuro", concluiu.
De recordar que o antigo primeiro-ministro socialista foi eleito, na quinta-feira, presidente do Conselho Europeu pelos chefes de Estado e de Governo da UE para um mandato de dois anos e meio a partir de 1 dezembro de 2024.
A decisão foi tomada numa reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na qual os líderes da UE propuseram também o nome de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente do executivo comunitário, que depende de uma aprovação final do Parlamento Europeu, e nomearam Kaja Kallas para chefe da diplomacia europeia, sujeita à eleição pelos eurodeputados de todo o colégio de comissários.
Após a demissão na sequência de investigações judiciais, o ex-primeiro-ministro português foi escolhido para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, a instituição da UE que junta os chefes Estado e de Governo do bloco comunitário, numa nomeação feita por maioria qualificada (55% dos 27 Estados-membros, que representem 65% da população europeia total).
António Costa é o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu.
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