"Cumprir valores liberais é reconhecer as capacidades dos outros e a nossa própria incapacidade. É aceitar que só nos aproximamos da omnisciência e da omnipresença com a colaboração livre e profícua entre todos. Não com 'idolatração' pessoal ou sistémica", disse hoje, numa curta intervenção na VIII Convenção Nacional da IL.
Esta foi a conclusão de uma intervenção no evento que decorre no Europarque, em Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), em que dissertou acerca do ser humano - "limitado, finito, vulnerável" - e da sua condição social "com forte impulso de colaboração e convivência".
"É esta consciência da nossa natureza limitada, mas capaz, única mas com paridade com os demais, que é a base onde se constrói o liberalismo", considerou.
Na convenção serão votadas alterações aos estatutos do partido, uma das quais proposta pela oposição interna (denominada Estatutos + Liberais), da qual Tiago Mayan Gonçalves é um dos assinantes.
"Há uma só proposta aqui hoje em discussão que cumpre este modelo que vos descrevi, que respeita, aproveita e inclui cada um de vocês enquanto membros. Essa proposta é [a dos] 'Estatutos + Liberais'", defendeu.
Tiago Mayan Gonçalves disse confiar "plenamente" nos membros da IL, "homens e mulheres capazes, livres de amarras e de narrativas", apelando a que "votem em consciência".
No convenção que decorre até domingo irá a votos a alteração dos estatutos, em relação à qual haverá duas propostas em discussão e em votação pelos liberais: uma apresentada pelo Conselho Nacional da IL e uma outra dos opositores internos.
No caso da proposta de alteração de estatutos apresentada pelo Conselho Nacional da IL está prevista a criação da Mesa do Conselho Nacional, um novo órgão, e que a Comissão Executiva passe a ter o poder de aprovar as candidaturas a eleições.
Já a da oposição interna, apresentada pela iniciativa "Estatutos + Liberais", e assinada por 211 membros entre os quais Tiago Mayan Gonçalves, propõe uma alteração dos estatutos que prevê uma maior descentralização do partido, com mais poderes deliberativos para os núcleos territoriais, e menos poderes para a Comissão Executiva.
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