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Liberais querem mudar programa para retirar riscos e pôr novos temas

O deputado liberal Bernardo Blanco justificou hoje as primeiras alterações ao programa político da IL com a necessidade de retirar posições problemáticas e riscos políticos, além de inscrever novos temas, considerando que defende "ideias corajosas" como "mais nenhum partido".

Liberais querem mudar programa para retirar riscos e pôr novos temas
Notícias ao Minuto

12:52 - 07/07/24 por Lusa

Política Iniciativa Liberal

No último dia da VIII Convenção Nacional da IL, em Santa Maria da Feira, Bernardo Blanco fez, em nome da Comissão da Executiva, uma apresentação da proposta de novo programa político, que nunca foi mudado desde a fundação do partido, e que será votado no final da discussão, pedindo um debate "de boa-fé e acima de intrigas".

O deputado liberal assinalou os motivos para mudar este documento e sintetizou as suas principais alterações, considerando que este é "a base ideológica e o pensamento político" da IL e corporiza aquilo em que o partido acredita, mas sem ser "panfletário ou um programa eleitoral".

Referindo que o atual documento tem "posições demasiado eleitorais e detalhadas" e "posições contraditórias" com aquelas que a IL tem vindo a defender, Bernardo Blanco afirmou que era preciso eliminar "alguns riscos políticos" e mostrar que o partido evoluiu.

Sobre aquilo que mudou nesta nova proposta -- que assegurou ter sido "o processo mais participado da história da IL" -- Blanco detalhou que foram retiradas "posições mais problemáticas" e solidificado o posicionamento em temas nos quais o partido tem agora "muito mais a dizer".

"Inserimos novos temas onde o programa político atual nada diz. Poder local, sustentabilidade migrações, habitações. Muitos deles não podemos deixar que fiquem apenas para outros partidos", adiantou.

Assumindo que algumas frases "são genéricas" porque foi preciso chegar "a um consenso com centenas de contributos" recebidos, o dirigente da IL enfatizou que este programa "assume posições corajosas" que tem a certeza que "mais nenhum partido colocaria".

Entre estas ideias está, segundo Bernardo Blanco, a ideia de que IL "não se revê num Estado paternalista que force uma igualdade de resultados" ou a defesa de um "Estado enxuto, com uma Administração Pública transparente, instituições fortes, descentralizado e orçamentalmente responsável" ou ainda de uma "função pública mais pequena, eficiente e qualificada, sujeita a avaliações de mérito e adequadamente remunerada".

A IL acredita ainda que "apenas devem existir empresas públicas nos casos em que um determinado bem ou serviço não possa ser garantido por empresas privadas em ambiente competitivo" e que "quer os lucros quer os prejuízos privados não devem ser socializados".

Para o deputado da IL, este é "o único partido verdadeiramente liberal em Portugal" e continua a "defender o liberalismo em toda a linha".

Segundo Bernardo Blanco, ao longo de todo o processo, que já tinha começado antes da mudança de liderança, recebeu um total de 700 contributos e "era muito difícil ser mais abrangente do que isto", incluindo até contributos de pessoas que entretanto já saíram do partido.

Na discussão aberta aos membros, entre uma maioria de elogios, surgiram críticas relativamente à forma como a IL se dirige aos pensionistas e à forma como aborda as migrações

"Quando temos um presidente, Rui Rocha, que [disse que] enquanto for presidente não há aumentos de reformas, não se fale aqui em propostas e programas relacionados com pensionistas", manifestou, considerando que o crescimento não se consegue "sem o eleitorado que está envelhecido".

Já Filipe Mendonça disse esperar "mais do partido em matéria de imigração", criticando que nas últimas legislativas a IL tenha proposto fazer "depender a autorização de residência de um contrato previamente celebrado de trabalho ou, pior, de um meio de subsistência".

"Queremos uma liberdade para ricos e uma liberdade para pobres?", questionou.

Nas respostas, Bernardo Blanco defendeu que a IL não quer "um país nunca de porta fechada, mas tem de haver algumas regras".

[Notícia atualizada às 13h58]

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