"Vai o PS pôr em causa o aumento de 300 euros no subsídio de missão às Forças e Serviços de Segurança? Ou vai o Chega dizer que o Governo não devia ter chegado a acordo com os guardas prisionais? É um debate difícil para a oposição, mas é um debate difícil para a oposição porque, felizmente, há um Governo a governar bem", defendeu o social-democrata Hugo Soares em declarações à agência Lusa em antecipação do debate do estado da nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.
Sobre as exigências da oposição para um maior diálogo do PSD e do Governo com as restantes bancadas, Hugo Soares enfatizou que isso já tem acontecido, nomeadamente, no conjunto de medidas para a justiça, o combate à corrupção, a habitação e as migrações.
Ainda assim, sublinhou, que "alguns partidos com assento parlamentar se têm transformado numa espécie de agentes sindicais e, por isso, pedem sempre mais", mas reafirmou o "compromisso com o diálogo com todos" os partidos, tendo em vista o próximo orçamento.
"A aposta é sempre num diálogo, numa cooperação com todos os grupos parlamentares para que possamos construir, como prioridade, um bom Orçamento do Estado para o ano de 2025", frisou o líder da bancada parlamentar do PSD.
O líder parlamentar dos sociais-democratas sublinhou a capacidade de o executivo de resolver "questões que estavam pendentes há muitos anos" e a sua capacidade de negociação, que permitiu chegar a acordo "com os oficiais de justiça, com as forças de segurança, com os guardas prisionais e com os professores",
Hugo Soares realçou ainda a vontade demonstrada pelo Governo de reduzir impostos, aproveitando para criticar o PS e o Chega, acusando-os de não terem permitido um alívio fiscal à classe média tão elevado como os sociais-democratas gostariam.
Disse também que este Governo "apresentou uma medida manifestamente positiva para os jovens, que tem a ver com a isenção de impostos para aquisição de primeira habitação" e a "taxa máxima de 15% de IRS para todos os jovens para que eles se possam fixar em Portugal e ter mais rendimento e melhores condições de vida cá.
Este é, concluiu, um "Governo que olhou para os mais desfavorecidos, designadamente, para aqueles que têm acesso ao complemento solidário para idosos, e aumentou esse complemento solidário para idosos em 50 euros e que compartilhou em 100% os medicamentos daqueles que mais precisam. Um Governo que decidiu a localização do aeroporto".
Está agendado para esta quarta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o executivo minoritário PSD/CDS-PP tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.
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