PS saúda "passos de aproximação" após discurso de Von der Leyen

A eurodeputada socialista Marta Temido saudou hoje os "passos de aproximação" no domínio social da presidente da Comissão Europeia que tenta ser reeleita pelo Parlamento Europeu, que o PS apoiará, enquanto IL e PSD esperam boa cooperação.

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Lusa
18/07/2024 12:40 ‧ 18/07/2024 por Lusa

Política

Marta Temido

"Nos últimos dias, todos trabalhámos muito para garantir que quer o pacote de indicações para os altos cargos das instituições europeias, quer os nossos compromissos eleitorais com os europeus seriam respeitados. Esta manhã ficámos a conhecer o seu programa político para o próximo mandato e saudamos os passos que foram dados para a aproximação à nossa agenda", declarou Marta Temido, intervindo na sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa de Estrasburgo.

 

Um dia após ter afirmado existirem dúvidas para um eventual apoio do PS à recandidatura de Von der Leyen, a eurodeputada socialista disse então ver com agrado as medidas anunciadas ao nível social, nomeadamente a criação de um cargo de comissário europeu para a Habitação, com vista a garantir acessibilidade na União Europeia (UE).

Considerando que "os europeus têm grandes expectativas sobre os próximos cinco anos", a cabeça de lista do PS às europeias garantiu que o partido "não falhará ao seu compromisso e apoiará uma Comissão assente neste programa", numa alusão ao acordo partidário para os cargos de topo europeus (entre centro-direita, socialistas e liberais).

Logo depois desta intervenção, os socialistas anunciaram em comunicado o voto a favor.

Pela IL, João Cotrim de Figueiredo vincou na sua intervenção em plenário que "não se está apenas a escolher um presidente da Comissão Europeia", mas sim "um destino" para a UE no próximo ciclo institucional até 2029, afirmando esperar "uma cooperação leal, construtiva, mas exigente".

A social-democrata Lídia Pereira (do Partido Popular Europeu, bancada de Von der Leyen) lembrou que, apesar de desafios como o da pandemia de covid-19, a UE conseguiu ultrapassá-los "com diálogo e compromisso", afirmando continuar a esperar "boa governação" no novo mandato, sendo este a seu ver "o melhor antídoto contra os extremismos".

No que toca aos líderes das bancadas parlamentares, Manfred Weber do Partido Popular Europeu descreveu o programa de Von der Leyen como o "certo para os próximos anos" para uma "Europa democrática", enquanto a socialista Iratxe García Pérez comparou que "não existe progresso e liberdade sem emprego e sem habitação de qualidade".

O líder do grupo de extrema-direita Patriotas pela Europa, Jordan Bardella, defendeu o reforço da "soberania e a autonomia estratégica da Europa", enquanto Nicola Procaccini dos Reformistas e Conservadores Europeus assegurou que estes deputados que podem ser decisivos na votação "não têm nada contra" Von der Leyen e dispõem de liberdade de voto.

A liberal Valérie Hayer, do Renovar a Europa, destacou por seu lado a "maioria pró-europeia" da assembleia europeia que quer "liberdade para exercer liberdades fundamentais", ao passo que Terry Reintke dos Verdes Europeus exigiu que a candidata à reeleição "não recue no Pacto Ecológico Europeu" e que reforma a Política Agrícola Comum.

Manon Aubry, da Esquerda Europeia, criticou Ursula von der Leyen por não ter falado "nem uma única vez de pobreza e de desemprego", revelando "desprezo" pelos cidadãos, quando "ganha mais de 30 mil euros por mês", enquanto a eurodeputada da extrema-direita da Europa das Nações Soberanas Ewa Zajaczokwshka-Hernik descreveu o anterior mandato como "um grande erro" que causou "uma ressaca" para economia e agricultura.

Já no final, Ursula von der Leyen saudou o "diálogo muito enriquecedor", nomeadamente com "aqueles que são a favor da Europa, da Ucrânia e do Estado de direito".

Este debate foi ainda marcado pela expulsão da eurodeputada romena de extrema-direita Diana Sosoaca (não inscrita em nenhum grupo parlamentar) após ter gritado em vários momentos durante o debate no plenário do Parlamento Europeu sobre a reeleição de Ursula von der Leyen.

O Parlamento Europeu prevê a expulsão de um eurodeputado que viole repetidamente as normas de conduta do regimento.

Leia Também: Em democracia, "ganha-se e perde-se por um voto", diz Bugalho

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