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Madeira. IL exige "demissão imediata" do secretário da Proteção Civil

A Iniciativa Liberal (IL) da Madeira criticou hoje a gestão "desastrosa" e a postura do Governo Regional no combate ao incêndio na ilha da Madeira, defendendo a "demissão imediata" do secretário com a tutela da Proteção Civil.

Madeira. IL exige "demissão imediata" do secretário da Proteção Civil
Notícias ao Minuto

13:52 - 21/08/24 por Lusa

Política Madeira

"A Iniciativa Liberal/Madeira considera que a demissão de Pedro Ramos, secretário regional da Saúde e Proteção Civil, é inevitável, quer do ponto vista ético, quer do ponto de vista da responsabilidade política", diz a estrutura partidária num comunicado assinado pelo seu coordenador, Gonçalo Camelo.

 

A IL, que tem um deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, composta por 47 parlamentares, considera que o executivo do PSD "geriu o combate ao incêndio de forma desastrosa".

O parlamento madeirense é constituído por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega e dois do CDS-PP (com um acordo de incidência parlamentar com o PSD insuficiente para a maioria absoluta), ocupando a IL e o PAN um lugar cada.

Os liberais consideram que a postura assumida pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e por Pedro Ramos "é politicamente inadmissível e merecedora de forte censura", já que são os responsáveis máximos da proteção civil no arquipélago.

Para o partido, está patente o "falhanço rotundo das medidas de prevenção e de planeamento adotadas", pelo que é exigível "um pedido de desculpas aos madeirenses".

"Exigia-se, acima de tudo, que tivessem assumido a liderança do combate ao incêndio de forma direta e presencial, e não a partir das areias da praia do Porto Santo e com passagens fugazes pela Madeira", sustenta.

Para a IL, a postura do executivo demonstra que "já não governa para a Madeira, nem para os madeirenses", mas "apenas com o objetivo de manter o poder e os estatutos dos respetivos membros".

O partido diz haver "fortes indícios de que a resposta inicial não terá sido célere e adequada, o que terá contribuído para a propagação do incêndio, bem como que os meios disponíveis não terão sido geridos e utilizados de forma eficaz e correta".

Além disso, censura a postura "errática, contraditória e arrogante" do poder público em matéria de coordenação e comunicação, além da recusa inicial do auxílio da República.

Neste caso, argumenta, está em causa uma forma de gerir "a autonomia focada no confronto político, e não na utilização da mesma em benefício da segurança e do bem-estar dos madeirenses, o que é lamentável".

Os liberais defendem uma "investigação célere, independente e rigorosa" à atuação do executivo para apurar responsabilidades e, eventualmente, "fundamentar a apresentação de uma moção de censura".

O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol. Durante a noite passada, chegou também ao Pico Ruivo, concelho de Santana.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para quase 4.393 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque diz tratar-se de fogo posto.

Leia Também: Sindicato pede demissão dos responsáveis pela Proteção Civil da Madeira

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