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Alexandra Leitão avisa que PS não aprovará "Orçamento de Direita"

A líder parlamentar do PS avisou hoje que o partido não contribuirá para a aprovação de um Orçamento do Estado "de direita" e que só vai permitir que este "Governo ultraminoritário continue" se as suas políticas forem boas.

Alexandra Leitão avisa que PS não aprovará "Orçamento de Direita"
Notícias ao Minuto

21:44 - 30/08/24 por Lusa

Política Partido Socialista

"O Governo quer empurrar o PS para uma viabilização do orçamento com o mínimo de diálogo e o mínimo de negociação. Não nos deixaremos pressionar, nem humilhar e nem corresponsabilizar por algo que é da única responsabilidade do Governo", criticou Alexandra Leitão no discurso desta noite na Academia Socialista, que decorre em Tomar, Santarém.

 

A líder parlamentar do PS salientou que um Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) "de direita só pode ser aprovado pelas forças políticas de direita" e deixou um aviso: "para isso não contem com o PS".

"O Governo e o PSD têm dito e repetido que, ao não reprovar o programa de Governo, o PS ficou obrigado a deixá-los governar. Já ouvi isto muitas vezes. Não é verdade", enfatizou.

Alexandra Leitão reiterou que os socialistas se limitaram a "permitir que um governo ultraminoritário começasse a governar".

"Mas o PS só permitirá que esse mesmo Governo ultraminoritário continue a governar se as políticas forem boas e se corresponderem, ainda que apenas em parte, à agenda social-democrata e progressista do PS", alertou.

Lembrando que a AD ganhou "por muito pouco as eleições", a deputada do PS sublinhou que o Governo do PSD/CDS-PP "não pode aprovar sozinho o orçamento e tem, por isso, que negociar".

"É isso que resulta da vontade popular democraticamente expressa em eleições. Aquilo a que ainda ontem Luis Montenegro chamava agitação é, na verdade, a democracia a funcionar", respondeu.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou-se na quinta-feira admirado com a "agitação" em torno do orçamento do Estado para 2025, apelando à calma da oposição, recordando que haverá reuniões em setembro.

Alexandra Leitão explicou que liberdade e igualdade são os objetivos que "norteiam a atuação do PS em tudo o que faz", seja no Governo ou na oposição, mas também no OE2025.

"O Governo finge que quer negociar, como fez quando marcou reuniões com os diferentes grupos parlamentares sobre habitação, imigração, justiça. Uma espécie de 'speed dating' para inglês ver. Isso não é diálogo, isso não é abertura, isso é enganar os portugueses", acusou.

"Queremos negociar, mas como partido responsável o PS não o pode fazer sem ter informação essencial para a tomada de decisões. Queremos negociar não por calculismo ou por temer eleições, mas para tentar melhorar o orçamento que é uma ferramenta essencial de política pública", assegurou.

Recordando que "a alternância é, em democracia, um valor em si mesmo" e que "o PS é hoje o partido que lidera a oposição e a única alternativa democrática à AD", Alexandra Leitão afirmou que "o PS tem não só o direito", mas o dever "de se constituir como essa alternativa".

"É esse futuro que continuaremos a construir, com responsabilidade e sem precipitações nem pressa, mas também sem receios nem hesitações", salientou.

Segundo a deputada, os socialistas não teriam dúvidas em quem votariam nos Estados Unidos se fossemos eleitores americanos, numa crítica ao líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.

Uma das áreas em que o PS irá apresentar iniciativas é para "garantir igualdade salarial entre homens e mulheres e a paridade total no acesso a cargos políticos, altos cargos públicos e também no setor privado".

Na fase das perguntas e questionada por um dos jovens se estaria disponível para protagonizar a candidatura do PS à Câmara de Lisboa nas próximas eleições, Alexandra Leitão respondeu: "estou de corpo e alma como líder parlamentar, sem prejuízo de nunca ter escondido que acho interessante o trabalho que se faz nas autarquias. Mas, neste momento, estou neste lugar e com gosto".

[Notícia atualizada às 22h44]

Leia Também: "Abordagem das eleições autárquicas vai depender muito da votação do OE"

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