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Centros de saúde privados? "O Governo tem uma gestão sádica do SNS"

As novas unidades de saúde familiar, que estão previstas no Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, serão atribuídas através de concurso, estando previstas 10 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco em Leiria e outras cinco no Algarve.

Centros de saúde privados? "O Governo tem uma gestão sádica do SNS"
Notícias ao Minuto

16:44 - 05/09/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Saúde

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considerou, esta quinta-feira, que o Executivo de Luís Montenegro "tem uma gestão sádica do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", quando confrontada com a aprovação do decreto-lei que cria centros de saúde geridos pelas autarquias e setores privado e social.

 

"É uma medida muito negativa e que trás enormes riscos para a saúde das pessoas, para os centros de saúde e também para o SNS", começou por dizer, após uma reunião com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

A responsável salientou que, durante o encontro, o coletivo expressou as suas "preocupações e soluções", tendo inclusivamente desmontado "a ideia de que as listas de espera de oncologia estão a diminuir, manifestado a sua preocupação em relação ao número de partos em ambulâncias, apresentado também soluções", disse.

"A solução para o SNS está em encontrar medidas para fixar os profissionais, os médicos, os enfermeiros, os técnicos, e isso quer dizer melhoria da condição salarial, mais 20% à cabeça, sem letrinhas pequenas, sem negociações temporais, e 40% para quem aceitar vir em exclusividade", resumiu.

A bloquista atirou que "o Governo está a fazer um percurso contrário", tendo "uma gestão sádica do SNS".

"Temos um Governo e uma ministra que não dão aos hospitais as condições para puderem funcionar e, quando as coisas correm mal, fazem uma purga das administrações hospitalares, como agora estamos a ver no Garcia de Orta", disse.

Mortágua indicou, nessa linha, que o BE "vai chamar a antiga administração do gabinete do Garcia de Orta à Assembleia da República para tentar compreender o que é que se passou".

"O Governo não faz negociações com os médicos, com os profissionais, não está disponível para aumentar salários, mas pega no dinheiro que teria disponível para fazer essas negociações e vai entregá-lo para centros de saúde privados. De onde vêm os médicos?", questionou.

Saliente-se que o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse, no final do Conselho de Ministros, que o SNS é a base do sistema e que, por isso, as novas USF modelo C "são complementares, são articuladas ou integradas na rede das unidades locais públicas, na rede pública".

"Sucessivos governos de diferentes cores políticas disseram que iam fazer, mas nunca fizeram", realçou o ministro da Presidência, que confirmou que, nesta fase, vão abrir 20 USF modelo C nas regiões com maior falta de médicos de família.

Estas novas unidades de saúde familiar, que estão previstas no Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, serão atribuídas através de concurso, estando previstas 10 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco em Leiria e outras cinco no Algarve.

As USF modelo C, uma das medidas prioritárias previstas no Programa de Emergência e Transformação da Saúde do executivo, são instituições que serão integradas no sistema de cuidados de saúde primários em Portugal, oferecendo uma estrutura de gestão mais autónoma e flexível.

Leia Também: Centros de saúde geridos pelos setores social e privado complementares à rede pública

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