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"Sócrates está longe de estar morto para a política"

Numa entrevista ao Diário de Notícias, Helena Sacadura Cabral, mãe de Paulo Portal e do falecido deputado bloquista Miguel Portas, fala este domingo do caso BES, do vice-primeiro-ministro, mas também do PS. Sobre José Sócrates diz que poderá estar a preparar o regresso e sobre as primárias socialista diz que não esperava ?estas guerras?.

"Sócrates está longe de estar morto para a política"
Notícias ao Minuto

09:25 - 17/08/14 por Notícias Ao Minuto

Política Helena Sacadura Cabral

“José Sócrates político tem dois períodos. No segundo as coisas saíram-lhe fora do controlo (…) No primeiro mandato, acho que tomou medidas com as quais concordo. (…) [Mas] o engenheiro José Sócrates está longe de estar morto para a política. Aliás, de mortos para a política tenho uma experiência longa. Ressuscitam sempre”, atirou Helena Sacadura Cabral, mãe de Paulo Portas, líder do CDS, sobre o ex-primeiro-ministro, personalidade que, acredita, poderá estar a preparar um regresso à política, mas que por enquanto “precisa de deixar pousar a poeira”.

Aqui, aproveitando a temática e instada a comentar as divergências políticas no seio do PS, a economista disse que não antevia este tipo de situação e salientando que será complicado prever quem saíra vencedor.

“Esperava tudo menos ver estas guerras internas no PS, que mostram que mesmo pensando da mesma forma parece que pertencem a famílias diferentes. Não penso que as coisas estejam fáceis para qualquer dos dois. Não sou das que dizem que o Costa vai ganhar, mesmo que o Seguro me encanite um bocadinho às vezes”, explicou.

Sobre o caso no BES, a ex-funcionária do Banco de Portugal disse que a cisão no Banco foi uma espécie de “nacionalização temporária”. No entanto, a economista e escritora lamentou a falta de esclarecimento em torno deste caso. “(…) Estava à espera de uma explicação que tirasse as dúvidas até ao Zé Povinho e não o que aconteceu”, disse.

Aqui, debruçando sobre questões políticas ligadas ao Governo, disse que algumas medidas tomadas pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho até podem ser consideradas de esquerda. “Este Governo de direita tem feito política mais à esquerda em certas coisas do que aquilo que esperaria de um governo de esquerda”, defendeu, acrescentando que o momento político é bastante complexo.

Diretamente sobre o filho Paulo Portas, disse Helena Sacadura Cabral que tem uma personalidade à qual é difícil ficar indiferente e salientou as dificuldades de tomar decisões de governação.

“O Paulo ou é amado ou é odiado, não é indiferente a ninguém. Há uma coisa que as pessoas esquecem, é que o exercício da autoridade é sempre terrível. Decidir sobre o futuro de alguém nunca é simpático”, explicou.

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