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PCP acusa PS de manifestar "demissionismo para enfrentar Governo"

O PCP acusa o PS de estar a manifestar "demissionismo para enfrentar as opções do atual Governo", que considera estar "ao serviço do grande capital", lê-se no projeto de resolução política que o Comité Central propõe levar a Congresso.

PCP acusa PS de manifestar "demissionismo para enfrentar Governo"
Notícias ao Minuto

27/09/24 17:31 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Política PCP

Estas críticas constam das Teses - Projeto de Resolução aprovadas este fim de semana numa reunião do Comité Central do partido e vão ser agora debatidas pelos militantes até ao XXII Congresso do partido, que se vai realizar em Almada entre 13 e 15 de dezembro.

 

A apresentação de uma candidatura própria às eleições à Presidência da República em 2026 é outro dos vetores do projeto de resolução política.

No documento, o PCP defende que a situação política nacional é marcada pelo "prosseguimento e aprofundamento da política de direita", a favor dos grupos económicos e do "grande capital", e que tem sido implementada quer pelo PS, quer pelo PSD, que considera partilhar objetivos "em questões essenciais".

O partido acrescenta ainda que essa política tem recebido o "apoio e a cumplicidade do Presidente da República" e contribuiu para "abrir campo e espaço político a forças reacionárias e retrógradas, Chega e IL, sucedâneas de PSD e CDS, que partilhando integralmente dessa política, beneficiam do engano a que muitos são conduzidos pela sua demagogia".

Nesta análise à situação política nacional, o PCP é muito crítico do PS, que acusa de ter implementado "um percurso e opções que não descolam, no que é essencial, dos interesses do capital".

O partido defende que esse percurso é assumido pelo PS e expressou-se "de forma bem visível no incómodo que revelou face ao período da 'nova fase da vida política nacional' iniciado em 2015", numa alusão à chamada 'geringonça'.

Na análise que o PCP faz a esse período, o partido salienta que o Governo minoritário de então baseava-se numa "correlação de forças que possibilitou a interrupção da política de acelerada destruição então em curso e a defesa, reposição e conquista de direitos, ainda que limitada".

O partido aborda depois o período de maioria absoluta de António Costa para frisar que, durante os dois anos de mandato, o seu governo confirmou as "orientações que vão da degradação dos serviços públicos ao ataque ao SNS, da manutenção das normas gravosas da legislação laboral ao favorecimento dos lucros da banca, do apoio aos grupos económicos à inércia na resposta aos problemas da habitação".

Sobre o Governo atual, o PCP salienta que os seus primeiros meses de mandato "confirmam que PSD e CDS, em convergência com Chega a IL, procuram levar mais longe a política de direita, ao serviço do grande capital" e acusa o PS de mostrar "demissionismo para enfrentar as opções do atual Governo e maioria".

Neste contexto, o PCP defende que a sua afirmação "como a verdadeira força de oposição e de alternativa emerge como um imperativo" e estabelece como objetivo "a rutura com a política de direita, a defesa do regime democrático, a afirmação da política patriótica e de esquerda e a construção da alternativa política".

A nível eleitoral, o PCP salienta que o seu reforço continua a ser um "objetivo indissociável da organização, intervenção e ação políticas" e frisa que terá uma "intervenção própria" nas eleições para a Presidência da República, em 2026.

O partido reconhece que, desde o último Congresso do PCP, em 2020, tem assistido a uma "redução da influência eleitoral do partido", mas refere que tem enfrentado "um prolongado enquadramento caracterizado pela hostilidade e menorização".

"São múltiplas as formas, expressões e objetivos da ofensiva contra o PCP. O ataque direto e grosseiro, o silenciamento, a deturpação e falsificação de posicionamentos, o ódio fascizante, a insinuação preconceituosa, a difamação e a calúnia", elenca o partido, que destaca em particular as "caricaturas ou anátemas" sobre as posições internacionais do partido.

Este documento vai agora ser transmitido aos militantes do partido, com vista a ser "enriquecido" e "aprofundado", para garantir que "o resultado do debate do XXII Congresso constitui a vontade do coletivo partidário".

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