Meteorologia

  • 27 OCTOBER 2024
Tempo
18º
MIN 12º MÁX 19º

BE avisa que é PS que precisa de coligação para voltar à autarquia de Lisboa

O dirigente do BE Jorge Costa defendeu hoje que o PS "está em dificuldades" e precisa de uma coligação para ambicionar regressar à autarquia de Lisboa, afirmando que essa "fraqueza" dos socialistas é a força dos bloquistas.

BE avisa que é PS que precisa de coligação para voltar à autarquia de Lisboa
Notícias ao Minuto

27/10/24 13:10 ‧ Há 3 Horas por Lusa

Política Bloco de Esquerda

Esta posição do dirigente do núcleo duro do BE foi defendida na 5.ª Conferência Nacional do partido, que termina hoje no Porto, após um debate no qual nem todos os bloquistas concordaram com uma eventual pré-coligação eleitoral com o PS em Lisboa para derrotar Carlos Moedas (PSD).

 

"Quem está em dificuldades é o Partido Socialista, que precisa de uma coligação para ambicionar regressar à Câmara de Lisboa. Essa fraqueza do Partido Socialista é a nossa força", argumentou Jorge Costa, que subiu ao púlpito para defender a proposta da direção que será votada hoje sob forma de recomendação à Mesa Nacional do partido.

Jorge Costa começou por lembrar que Lisboa teve um presidente da Câmara Municipal do PS "que dizia que não sabia o que era turismo a mais, Fernando Medina".

"O resultado da política do PS em Lisboa durante esse período foi a derrota e foi a chegada ao Governo da cidade de Carlos Moedas. Ele transformou-se, a partir de Lisboa, numa referência para a radicalização da direita a nível nacional", defendeu.

Neste contexto, sustentou o membro do Secretariado do BE, hoje em Lisboa "quem está em posição de fraqueza é o PS".

Jorge Costa frisou que o BE vai ter uma candidatura em Lisboa mas a questão é saber como atuar neste contexto, que deve ser visto à luz de um novo movimento social que surgiu na capital, o movimento pelo direito à habitação.

Para o dirigente, existem duas opções, sendo a primeira a recusa de uma coligação com o PS, no qual "o mais certo é que o Moedas continue o presidente da Câmara".

A outra hipótese é uma coligação com o PS, com negociação de um programa que priorize a habitação, e Jorge Costa lembrou que os bloquistas já o fizeram no passado, tanto na autarquia da capital como a nível parlamentar nacional, com a experiência da denominada 'geringonça', acordos dos quais saíram "com ganhos de causa".

"E portanto, a ideia de que o Bloco vai a uma negociação para ser enrolado pelo PS é uma ideia que nos infantiliza e menoriza e que não condiz com a história dos dois únicos acordos que nós fizemos nos últimos dez anos com o PS", argumentou.

Também o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, pediu que essa possibilidade de coligação se mantenha em aberto, para derrotar "o pequeno Napoleão que se apoderou da cidade de Lisboa e abrirmos uma janela de respiração democrática".

Momentos antes, o dirigente Pedro Soares, rosto da oposição interna na última convenção nacional, e porta-voz da moção opositora à de Mariana Mortágua, considerou um "bom objetivo" derrotar Moedas na capital, mas manifestou-se contra uma coligação com o PS.

"O que não me parece um melhor caminho é começarmos uma campanha, começarmos um processo autárquico, diminuindo o papel que o Bloco, com o seu próprio programa enquanto Bloco, pode ter nessa derrota. É que a pressão para que o Bloco seja absorvido por uma coligação com o PS em Lisboa está a ser feita e vai continuar a ser feita", alertou.

Para Pedro Soares, este "não é um bom caminho".

"O que isto configura é abrirmos a possibilidade da velha tática do PS, do abraço de urso. Também foi prática do tempo da geringonça. Começou por aceitar tudo, era a abertura para tudo, mas depois recusou mexer nas leis laborais, promoveu um investimento público raquítico, degradou os serviços públicos. Tudo isto ficar-nos agarrado à pele, por muito que nós não queiramos", avisou.

Leia Também: Governo "amarrou o PS" a Orçamento que extrema-direita poderia viabilizar

Recomendados para si

;
Campo obrigatório