O Presidente da Assembleia da República exigiu ao Chega que retire as tarjas que colocou nas janelas da Assembleia da República, sobre o fim dos cortes de salários dos políticos, esta sexta-feira, dia em que o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) está a votação e será aprovado.
Para Aguiar-Branco, a "publicidade" do Chega é uma "vandalização política" e mostra uma "falta de respeito" pelo "património do Estado".
"Não é permitido colocar publicidade na fachada da Assembleia da República", repudiou Aguiar-Branco, acrescentando que se o Chega não retirar as faixas, os bombeiros já têm ordens para o fazer.
"Lamento, repudio e é incumprimento das regras da defesa do património nacional", insistiu ainda perante os apupos da bancada do Chega.
Em resposta ao presidente da AR, o líder do partido, André Ventura atirou: "Este palácio não é só património seu. É de todos os portugueses".
Sente-se a tensão no Parlamento, com troca de palavras, apupos e muito barulho. Todos os partidos, à excepção do Chega, concordam que os pendões são uma "falta de respeito" e uma forma de intimidação e pressionam Aguiar-Branco para mandar retirá-los.
Para o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, "o senhor deputado André Ventura consegue fazer corar o Pinóquio". Já Alexandra Leitão, do PS, sublinhou que a atitude do Chega "é uma forma de coação sobre a Assembleia", e que "a AR não deve reunir enquanto estiver lá" as faixas. "Mande retirar imediatamente", pede.
Aguiar-Branco respondeu que "irão ser retirados logo que haja meios".
O PS acabou por pedir a suspensão dos trabalhos enquanto não fossem retiradas as tarjas. No entanto, a AR votou contra, prosseguindo com a votação do OE2025.
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