O líder da Aliança Democrática (AD) e primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagiu esta terça-feira à noite, pela primeira vez, à queda do governo na Madeira para acusar o PS e o Chega de derrubar um governo eleito.
"Derrubar um Governo que foi eleito e reeleito nos últimos 12 meses. Teve duas confirmações eleitorais da vontade popular. Aconteceu alguma coisa de novo desde que os madeirenses e os porto-santenses foram às urnas a última vez? Aconteceu alguma justificação plausível que não apenas argumentos de lana-caprina para deitar abaixo um governo legitimado? Isto não é uma questão de gosto, é de respeito pela vontade do povo", acusou Montenegro no jantar de Natal do PSD, no refeitório do Parlamento.
O social-democrata apontou o dedo aos dois partidos da oposição por alimentarem uma "cultura do caos e do impasse" através de uma "aliança estratégica do contra" que, defende, "não faz falta à democracia portuguesa".
Montenegro prometeu que nos próximos dias irá conversar com o líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, para fazer uma "leitura política" da situação na região, mas generalizou a crítica a estes dois partidos.
"O PS e o Chega não estão a atender ao interesse das pessoas, não estão a respeitar a vontade legitimamente sufragada nas eleições e com isso estão a contribuir, ao contrário daquilo que dizem, para enfraquecer a democracia", acusou.
Para Montenegro, também na Assembleia da República, "a grande novidade na legislatura" foi "a aliança absolutamente improvável entre PS e Chega".
Por outro lado, criticou igualmente o Chega por, depois de em campanha ter dito que era preciso "erradicar o socialismo em Portugal", ser "parceiro de votação" do PS em matérias essenciais como a fiscalidade, economia ou mobilidade.
Note-se que o governo de Miguel Albuquerque caiu esta terça-feira após a votação de uma moção de censura apresentada, em novembro, pelo Chega. Também o líder deste partido, André Ventura, já reagiu à situação, dizendo que este é um momento de "viragem" na região.
O Partido Socialista na Madeira, pela voz de Paulo Cafôfo, afirmou que este era o momento para deixar "egos e umbigos" de lado e disse que a ida de Albuquerque a eleições era "uma fuga à justiça" e não um "ato de coragem."
Leia Também: Eleições? Alberto João Jardim diz que "tudo corre a favor" de Albuquerque