Extremos? "Montenegro esteve mais uma vez mal. Declarações foram erradas"

Catarina Martins, que também marcou presença na manifestação contra a ação policial de dezembro no Martim Moniz, rejeitou dizer se ficou ofendida com as palavras de Montenegro, considerando que sentiu "uma enorme felicidade" por marcar presença.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
13/01/2025 23:27 ‧ há 14 horas por Notícias ao Minuto

Política

Catarina Martins

Catarina Martins, eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE), considerou, esta segunda-feira, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "esteve mal" e proferiu "declarações erradas" quando falou em "extremos" ao referir-se às manifestações que no sábado decorreram em Lisboa.

 

"[Montenegro] Esteve mais uma vez mal quando achou que tanto era extremista quem faz um comício numa praça contra a imigração como quem sai à rua, de forma solidária, dizendo que as regras são iguais para todos, que não importa em que país nasceram ou a cor da sua pele, devemos ser tratados da mesma forma", disse a bloquista no programa 'Linhas Vermelhas', da SIC Notícias. 

Catarina Martins, que também marcou presença na manifestação contra a ação policial de dezembro no Martim Moniz, rejeitou dizer se ficou ofendida com as palavras de Montenegro, considerando que sentiu "uma enorme felicidade" por marcar presença. "Isso para mim é mais importante", ressalvou.

"As declarações do primeiro-ministro foram erradas", considerou ainda.

A eurodeputada defendeu também que a Esquerda não recusa o debate em torno da segurança, só "não aceita os termos em que ele está a ser posto". Além disso, negou que a rixa de ontem na Rua do Benformoso, da qual resultaram sete feridos, altere aquilo que tem sido dito sobre aquela zona e a ação policial de dezembro: "Há infelizmente crimes em várias zonas do país. Agora, estão todos os olhos ali, como houve a manifestação, isso foi usado."

"Às vezes, é preciso ter a coragem de ser impopular e de ir contra a corrente para defender a Democracia, para defender a Constituição, para defender a dignidade das pessoas e mesmo o Estado de Direito", realçou.

Antes, Catarina Martins havia defendido que não estava em causa "a segurança ou insegurança". 

"Portugal é um país seguro, que também tem problemas (…) o que está a acontecer e aconteceu é um Governo que cavalga uma onda que é criada pela extrema-direita e aí é que se fala de perceção, de ligar a imigração à criminalidade. Isso é errado", disse.

"O que está em causa é a forma como tratamos as pessoas imigrantes e se aceitamos, ou não, esta ideia de que se pode ligar criminalidade e imigração, e eu acho que essa ideia é grave e Montenegro esteve mal", completou.

De realçar que foi num discurso em Ovar, no sábado, que Luís Montenegro, que falava enquanto presidente do PSD, afirmou que o seu partido é "o elemento aglutinador de confluência, de moderação", num dia em que "os extremos erguem cada um a sua bandeira em contraponto". O primeiro-ministro referia-se assim à manifestação contra a ação policial no Martim Moniz, que decorreu na Almirante Reis, e à vigília de apoio à PSP, organizada pelo Chega, na Praça da Figueira. 

Leia Também: PCP acusa Montenegro de alimentar perceção de insegurança do Chega

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