De acordo com um comunicado divulgado por esta estrutura, o nome de Carolina Serrão terá ainda que ser ratificado pelo plenário de militantes no dia 25.
Carolina Serrão nasceu e vive em Lisboa, tem 35 anos e é atriz e criadora. Foi candidata nas listas do BE nas legislativas do ano passado, pelo círculo de Lisboa, em oitavo lugar.
A apresentação pública da candidatura à autarquia será no próximo dia 08 de fevereiro.
Esta escolha não coloca de parte a possibilidade de uma eventual coligação pré-eleitoral à esquerda em Lisboa, com PS, Livre e PAN, uma vez que o BE já tinha anunciado desde o ano passado que iria apresentar uma candidatura própria à autarquia da capital, mantendo-se em aberto para dialogar sobre um programa comum.
"Tão importante como terminar o desastre da direita na Câmara Municipal de Lisboa é enfrentar a especulação imobiliária e a turistificação, inscrita no plano diretor da cidade desde os tempos de Manuel Salgado. É com essa agenda que o Bloco reafirma a sua abertura para um amplo debate programático que responda à crise da habitação e afaste Carlos Moedas e que afirme uma alternativa para a cidade", lê-se no comunicado.
Com esta candidatura, o BE diz estar "preparado para enfrentar a política de Carlos Moedas que neste mandato favoreceu os unicórnios e a especulação imobiliária, agravando as crises da habitação, do trânsito, da higiene urbana e da exclusão social".
"Em três anos, as rendas e o preço das casas escalaram, o trânsito aumentou e os transportes públicos reduziram, o lixo acumulou-se por toda a cidade e o número de pessoas em situação de sem-abrigo aumentou a um ritmo alarmante", criticam.
Os bloquistas acusam Carlos Moedas de ter usado a autarquia "como uma máquina de propaganda pessoal, culpando outros pelos seus erros, chegando a promover uma política xenófoba e racista ao repetir a falsa associação, típica da extrema-direita, entre imigração e criminalidade".
Na terça-feira, Alexandra Leitão foi confirmada como cabeça-de-lista pelo PS à Câmara Municipal de Lisboa, e já depois de o seu nome ter sido tornado público, tanto BE, como o Livre e PAN, mantiveram a abertura para uma coligação pré-eleitoral, avisando que a construção de um programa comum será determinante.
Em declarações aos jornalistas na quarta-feira, na Assembleia da República, a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, frisou que "qualquer hipótese de um entendimento futuro, que foi apenas mencionado ainda, depende de um diálogo que tem que ter conclusões e depende de medidas concretas sobre assuntos importantes para a vida da cidade, nomeadamente na área da habitação".
"Tudo o que o Bloco de Esquerda diz e continua a dizer é que estamos disponíveis para fazer esse diálogo com outras forças políticas, estamos disponíveis para fazer um diálogo sobre como é que combatemos a especulação, como é que resolvemos o problema da habitação, como é que resolvemos o problema do lixo, como é que resolvemos o problema da mobilidade na Lisboa. Se esse diálogo vai ter frutos ou não, vai depender precisamente do que for possível alcançar nessa conversa", realçou a bloquista.
Também à esquerda, a CDU (coligação PCP/PEV) já anunciou que o seu candidato em Lisboa será o vereador e ex-eurodeputado João Ferreira (PCP), tendo-se distanciado desta eventual aliança.
Nas autárquicas de 2021, o BE elegeu Beatriz Gomes Dias como vereadora na capital, tendo ficado em quarto lugar, com 6,2% dos votos, o que correspondeu a 15.054 boletins.
[Notícia atualizada às 23h38]
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