Em comunicado, o líder do JPP/Açores, Carlos Furtado, salienta que Mónica Seidi "deverá pedir a sua demissão, ou ser demitida, uma vez que o seu percurso nesta Secretaria [Regional] tem sido desastroso e, por esta razão, tem trazido graves consequências para o tratamento dos utentes dos Açores".
O dirigente, cujo partido não tem assento no parlamento regional, considera que "o mau momento que se vive nos Açores e principalmente em São Miguel, a nível da prestação de cuidados de saúde, é consequência da má gestão por parte da Secretaria da Saúde e entende que, perante tantos atropelos administrativos, a atual secretária não tem condições para continuar no cargo".
Carlos Furtado alega que o anterior secretário Regional da Saúde "fez um trabalho incomparavelmente melhor", do que a atual titular da pasta.
O JPP/Açores justifica que pede a demissão de Mónica Seidi após ter tido acesso à informação de que, "um número considerável de cidadãos" açorianos viu, recentemente, "as suas consultas de especialidade, [serem] recusadas pelo hospital de São Miguel", em Ponta Delgada.
Para o Coordenador Regional do partido, estes procedimentos são "inadmissíveis para com a população, uma vez que as justificações do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), não têm qualquer lógica e apenas demonstram uma intenção de reduzir artificialmente o número de utentes em espera para consultas de especialidades".
Carlos Furtado considera que a "nova prática", não passa de "uma manobra dilatória", com a alegada pretensão de o HDES "influenciar estatisticamente os desagradáveis números da prestação de cuidados de saúde nos Açores, ao mesmo tempo que vai passando um atestado de incompetência aos médicos que requerem estas consultas de especialidade".
A agência Lusa tentou obter uma reação do executivo açoriano, através da Secretaria Regional da Saúde e da Segurança Social, mas foi dito que não tem "comentários a fazer".
O hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou a deslocalizar serviços e doentes do HDES para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e para o continente.
Entretanto, o executivo dos Açores instalou um hospital modular para garantir a transição até à requalificação estrutural do HDES.
O hospital modular vai estar operacional até final do mês e a saída do Hospital da CUF ocorrerá dias depois, revelou na quarta-feira a administração da unidade de saúde.
O diretor de enfermagem do HDES, que integra o Conselho de Administração presidido por Paula Macedo, informou em conferência de imprensa que, para que o hospital modular arranque na sua totalidade, é necessário ter a obra concluída, os equipamentos instalados e certificados e dada a formação aos profissionais de saúde para utilização dos equipamentos concluída, três premissas que "estarão concretizadas até final do mês de janeiro".
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