Lisboa. PSD/CDS-PP saúda "inversão do PS" quanto à política de imigração

A liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa fez hoje aprovar um voto de saudação à "inversão do PS" quanto a imigração, após declarações do secretário-geral do partido, proposta que teve o apoio dos socialistas, apesar de lamentarem "achincalhamento".

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Lusa
05/02/2025 19:12 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Câmara de Lisboa

O voto de saudação da liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, foi votado sem a participação dos vereadores de PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), que se demarcaram desta proposta.

 

A apresentação ocorreu em reunião pública da câmara, que contou, pela primeira vez neste mandato 2021-2025, com 20 lugares para o público assistir presencialmente.

Na apresentação do voto, o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), considerou que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "reconheceu erros do passado, inclusive do Governo que fez parte", sobre a política de imigração.

"Teve pelo menos a coragem de reconhecer que tinha errado e que tinha ido por mau caminho e que hoje era tempo de inverter esse caminho", afirmou.

Em causa estão declarações de Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Expresso, em janeiro, em que admitiu que não se fez tudo bem nos últimos anos quanto à imigração e que iria apresentar uma solução legislativa que permita regularizar imigrantes que estão a trabalhar, mas recusando recuperar a manifestação de interesses.

Posteriormente, o secretário-geral do PS recusou qualquer contradição nas suas posições sobre imigração e afirmou que não foi ao encontro das do Governo de PSD/CDS-PP.

"É um voto não para fazer contas com a injustiça e com a história, mas é um voto de saudação ao secretário-geral do PS. Embora não seja frequente fazermo-lo, é importante que tenhamos a coragem como políticos também de fazer o 'mea-culpa' e, sobretudo, de plantarmos o futuro", declarou Anacoreta Correia.

O vice-presidente da câmara disse ainda que a "inversão do PS" quanto à política de imigração, "mesmo que possa ser criticada internamente por franjas mais radicais e mais extremistas", representa "um encontro com a moderação", lamentando que este tema se tenha tornado de "extremismos", da extrema-esquerda à extrema-direita.

"Infelizmente, o mesmo sentido de compromisso não tem sido hábito do PS em Lisboa, preferindo o radicalismo à via da moderação nos temas mais sensíveis, tantas vezes pondo a ideologia à frente da vida real das pessoas. Esperemos que a atitude do secretário-geral do partido sirva de bom exemplo para a sua estrutura local em Lisboa", lê-se no voto.

Justificando o voto a favor, o vereador do PS Pedro Anastácio afirmou que "o PS não perde nenhuma oportunidade para elogiar aquele que seja o seu secretário-geral", mas considerou que esta proposta é "uma tentativa de achincalhamento da câmara, de uma utilização para um comportamento muito pouco institucional".

"O moderado encontra soluções para os problemas das pessoas", apontou o socialista, considerando que o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), "não encontra soluções" para a falta de iluminação pública, para os problemas do lixo e para a segurança na cidade.

Além de saudar Pedro Nuno Santos, o vereador do PS realçou a oportunidade de saudar, "com maturidade democrática", as candidaturas à presidência da Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas, que ocorrerão entre setembro e outubro, nomeadamente do PS, com a cabeça de lista Alexandra Leitão, do BE e do PCP, assim como a "candidatura polichinelo ainda não conhecida" de Carlos Moedas.

O vereador do PCP João Ferreira referiu que este voto "é inédito e significa um grau de degradação institucional que, a todos os títulos, surpreende", repudiando a instrumentalização deste órgão municipal "para a provocação, para a baixa política, para a politiquice", e demarcando-se "por inteiro" deste ato.

Leia Também: Presidentes de quatro Juntas de Lisboa acusados de mercadejar o cargo

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