Da iniciativa de Lila Tiago, a petição foi lançada no final de outubro de 2023, entregue na Assembleia da República em meados do mês seguinte e debatida na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros em junho de 2024, tendo como relator o deputado do Chega Diogo Pacheco Amorim.
Em declarações à Lusa, Lila Tiago, da dupla musical Fado Bicha, referiu na véspera do debate agendado em plenário parlamentar que o objetivo desta "iniciativa cidadã" passa sobretudo por organizar um debate, no qual os partidos políticos mostrem explicitamente as suas posições sobre o que apelidou de "primeiro genocídio televisionado".
Criticando a demora de "mais de um ano" para Portugal tomar posição sobre um cessar-fogo e defendendo "sanções mais ferozes contra um Estado desrespeitador" de leis internacionais e resoluções da ONU, Lila indicou que não estará presente na discussão de sexta-feira por antecipar um momento "violento e penoso" por posições que devem ser expressas e pelas "palavras vãs de paz e entendimento" que deverão ser repetidas.
Em Gaza vigora desde 19 de janeiro um cessar-fogo, depois de quase 15 meses de um conflito que se iniciou com o ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e 250 reféns, segundo Telavive.
Em resposta, os israelitas lançaram uma ofensiva que matou mais de 48 mil pessoas, segundo as autoridades palestinianas controladas pelo Hamas.
Na agenda para sexta-feira estão ainda duas iniciativas do Bloco de Esquerda: o Projeto de Lei sobre proibição de transações de bens e serviços originários de colonatos ilegais em territórios ocupados e a recomendação para o cumprimento do mandato do Tribunal Penal Internacional para a detenção do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e do antigo ministro da Defesa Yoav Gallant.
O Livre irá apresentar os projetos de resolução sobre uma intervenção formal no processo da África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça por crime de genocídio em Gaza e para o reforço da verba para a UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinianos.
O PCP avançará com uma recomendação ao executivo para que "intervenha no plano internacional pelo respeito, defesa e cumprimento dos direitos nacionais do povo palestiniano".
Por seu lado, o Chega irá solicitar a "adoção de uma postura de total solidariedade para com o Estado de Israel na implementação do acordo de cessar-fogo, assim como de uma política de influência junto dos países árabes que pressione o Hamas ao seu estrito cumprimento"
O PAN vai recomendar ao Governo que participe nos "esforços de envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e que condene a obstrução à prestação de cuidados de saúde na Cisjordânia".
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