Na abertura do debate sobre "Relações Internacionais, Europa, Defesa e Segurança Externa", no âmbito do Manifesto Legislativas 2015, Pedro Nuno Santos sustentou que o pior que podia acontecer era o esforço europeu de investimento na defesa "agravar as desigualdades" que já existem na União Europeia, algo que classificou como "impensável".
"É para mim claro que Portugal não se colocará à margem de nenhum esforço europeu de reforço das capacidades de defesa e militares da União Europeia", disse, insistindo que este esforço "não deve pôr em causa o investimento no estado social".
Neste debate, em que participa o antigo comissário europeu António Vitorino, Pedro Nuno Santos defendeu que o reforço das capacidades militares é "também uma oportunidade de desenvolvimento económico dos estados da união europeia".
"Isso implica que o Governo português, o Estado português, tenha uma atitude pró-ativa de, utilizando as capacidades económicas e empresariais que nós, apesar de tudo, já temos instaladas em Portugal e que nos permitam incluir a nossa indústria nas cadeias de valor da área e da indústria da defesa", sustentou.
O combate aos populismos dentro da União Europeia, na perspetiva de Pedro Nuno Santos, é mais fácil caso se cuide "da coesão social e económica do espaço europeu".
"Portugal pode ajudar a União Europeia a reposicionar-se e a reorientar-se para outras geografias e aqui o papel de Portugal nas suas relações com África e com o Brasil conferem-nos a nós uma centralidade importante neste reposicionamento político estratégico da União Europeia", defendeu ainda.
O líder socialista recusou que as alterações da administração dos Estados Unidos venham a implicar uma rutura dos europeus face aos EUA.
"Não é nenhuma rutura com os Estados Unidos da América, antes pelo contrário. Portugal deve, independentemente das relações da União Europeia com os Estados Unidos, deve preservar e defender a relação bilateral com os EUA, com quem nós temos relações económicas e políticas que devem ser preservadas e defendidas", disse.
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