O porta-voz do Livre, Rui Tavares, desafiou, esta sexta-feira, os partidos à Esquerda a assinar "um programa político de mínimos" a ser apresentado ao país como um "contrato" para as próximas Eleições Legislativas antecipadas.
"Podíamos ter um programa político de mínimos que fosse aceite por todos os partidos à Esquerda e que fosse apresentado ao país como um contrato para o país. E isso, por exemplo, poderia fazer a diferença no próximo mês", desafiou Rui Tavares, em entrevista à SIC Notícias.
"Acabo de fazer a proposta, agora, em público. Espero que ela possa fazer caminho", esclareceu.
Para Rui Tavares "seria muito interessante e muito importante ver os partidos à Esquerda apresentarem-se com um contrato perante o país", no qual dissessem os seus "compromissos", assumissem que "nas últimas eleições os votos passaram para a Direita", "é uma crise política", "é preciso esta responsabilidade" e, por isso, surge este "compromisso", "assinado por várias lideranças à Esquerda".
Os eleitores poderiam depois votar "em qualquer um dos partidos à Esquerda", tratando-se apenas de uma "plataforma programática de entendimento que permite às pessoas ter confiança".
O porta-voz do Livre afastou uma coligação pré-eleitoral, mas disse estar "disposto a dialogar" após as eleições, acreditando que uma 'geringonça' "é a única maneira de governar à Esquerda". Contudo, esta negociação não pode acontecer "de qualquer forma". "Nenhum primeiro-ministro apoiado pelo Livre se tiver uma empresa do tipo da de Luís Montenegro, ou na sua esfera familiar, a pode manter", apontou.
"Outra proposta é que ministros e ministras vão a audição parlamentar ainda antes de iniciarem funções", acrescentou.
Rui Tavares admitiu ainda que o seu objetivo é "roubar votos" à Direita.
Sobre a Esquerda em si, lembrou que o Livre é um "partido europeísta", que se vive um momento internacional "crucial" e que a "Europa tem de ser unida", uma "clareza", diz, que não tem "visto na Esquerda", que necessita também de "políticas mais ousadas e audazes"
"A Esquerda vai ter de voltar a recuperar alguns dos seus temas de base. Vai ter de fazer propostas, aquilo que eu chamo de objetos de desejo político para o futuro, que não podem ser apenas de defender, defender, defender", disse Rui Tavares, após ser questionado sobre a real possibilidade de a Esquerda vir a governar.
"Defender o Estado Social, se não expandirmos o Estado Social, é difícil", concretizou o líder do Livre.
De recordar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou eleições antecipadas para o dia 18 de maio após o parlamento ter chumbado a moção de confiança avançada pelo Governo.
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