Ministra inventou sabotagem para "fugir às responsabilidades"
O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, acusou hoje, em Coimbra, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, de inventar uma "sabotagem" da plataforma de gestão processual Citius para fugir às suas responsabilidades políticas.
© Global Imagens
Política Citius
"Estamos perante uma 'inventona' construída pela ministra da Justiça para fugir às suas responsabilidades", disse à agência Lusa João Semedo, quando questionado sobre a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar o inquérito contra dois elementos da PJ, que eram suspeitos de sabotagem da plataforma Citius.
A ministra da Justiça "inventou uma sabotagem, acusou ilegitimamente dois funcionários e perseguiu-os", protestou o dirigente bloquista, realçando que a ministra "abusou dos seus poderes, para tão rapidamente a PGR dizer que a queixa não tinha pernas para andar".
João Semedo sublinhou que "dois meses depois, ainda não há uma explicação para o colapso do Citius nem para o caos criado nos tribunais", com a ministra "a fugir ao dever de explicar o buraco em que meteu Portugal".
O dirigente bloquista voltou a defender que a ministra, "que recorre a uma 'inventona' desta dimensão e gravidade", "deve demitir-se ou ser demitida".
João Semedo falava à agência Lusa à margem de uma sessão pública do Bloco de Esquerda, em Coimbra, sobre o Orçamento do Estado para 2015, que começou por volta das 22:00.
Durante a conferência, o coordenador do BE referiu que o governo está "em crise, de rastos, a desmoronar-se até na própria atitude e comportamento dos seus ministros" e que apenas se mantém "pelo apoio explícito do Presidente da República".
O coordenador do BE criticou também a postura do Governo relativamente à situação da Portugal Telecom, afirmando que Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a PT lançada pela empresária angolana Isabel dos Santos beneficiou da "paralisia do Governo".
Sobre a atuação do Governo, João Semedo criticou ainda o ministro da Economia, Pires de Lima, e o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, por se comportarem "como encarregados de negócios de países e de fundos estrangeiros, em especial de Angola e da China", em vez de se assumirem como "defensores do interesse nacional".
"O que se passa na PT é um escândalo. Mesmo com o Presidente da República a mostrar a importância de se evitar o desmantelamento da empresa", o Governo "não se mexe", concluiu.
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