"É diminuta a hipótese de líderes vencidos ficarem"
Os exercícios eleitorais que se antevêem para 2015 e 2016 marcam já a agenda política. Ângelo Correia, figura de relevo do espetro social-democrata, antevê diversos candidatos a Belém com força e poder para vingar, tanto à esquerda como à direita. No entanto, na entrevista que concede ao Diário de Notícias, o destaque vai para a posição do antigo ministro quanto a uma derrota eleitoral nas legislativas: ‘quem perde deve sair’.
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Política Ângelo Correia
Entre presidenciais e legislativas, a tinta que nos últimos dias tem corrido sobre estes temas é muita. Ângelo Correia, antigo ministro do PSD, considera que na corrida a Belém há ainda muitas possibilidades em aberto, diz que a coligação, se for para manter, deverá ser anunciada o quanto antes e que, entre sociais-democratas, líder perdedor é líder deposto.
“No PSD, é diminuta a probabilidade de líderes que perdem eleições se manterem no poder”, comenta o antigo deputado ‘laranja’, acrescentando porém, que ninguém empurrará Passos Coelho para fora do partido. “Há decisões sobre as quais não damos conselhos. Será uma decisão dele”.
Sobre a possibilidade de do próximo exercício eleitoral resultar um governo minoritário, o empresário é perentório, considerando que se assim o for o Presidente da República terá de lhe dar posse.
“[Cavaco] não terá poderes suficientes para isso [impor maioria]. Em outubro o Presidente estará inibido de mandar repetir as eleições, até ao fim do seu mandato. E o novo PR também o estará no início do seu mandato”, considerou o social-democrata, dizendo ainda que, nem por isso, é insensato que Cavaco peça um Executivo maioritário.
Virando-se depois para a corrida a Belém, Correia considera que Marcelo e Guterres “merecem confiança”, mas também Santana Lopes é agora nome incontornável. “Ele [Santana] hoje em dia expressa um tipo de comportamento e um tipo de maturidade cada vez mais intensos”.
Sobre as candidaturas à sucessão de Cavaco Silva, diz Ângelo Correia que os partidos não se devem ‘intrometer’ demasiadamente neste processo, deixando que “as coisas fluam no seio da sociedade”, até porque o “processo político tem uma dose de elevada racionalidade mas também de indecisão”.
Ainda assim, o ex-ministro do PSD não deixa de ter uma opinião sobre a coligação governativa, defendendo que se esta for para manter deverá tentar chegar-se a um consenso o quanto antes entre Passos e Portas.
“Depende de como os dois [PSD e CDS] entendem que deve ser o seu futuro. Se porventura acharem que a obra que deixaram é importante, nada fará menos sentido do que não ter uma coligação. É óbvio que a coligação se deve manter e quanto antes, melhor. Quanto mais tarde, pior.
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