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"Passos não devia cair no ridículo. Nunca quis entendimento"

João Cravinho foi ministro das Obras Públicas no primeiro Governo de António Guterres. Este sábado, em entrevista ao Dinheiro Vivo, o antigo governante socialista fala da atualidade política nacional e internacional. Sobre a possibilidade de entendimentos com os partidos de direita, é claro: se não for necessária coligação com PSD e CDS melhor será.

"Passos não devia cair no ridículo. Nunca quis entendimento"
Notícias ao Minuto

07:56 - 07/02/15 por Notícias Ao Minuto

Política João Cravinho

“[Convite para entendimento] deu-me vontade de rir. Acho que Passos Coelho devia deixar de cair no ridículo. Nunca quiseram nenhum entendimento sério. (…) O PS teve 38 propostas de alteração [do Orçamento] e chumbaram-nas todas”, explica João Cravinho, antigo governante socialista, em entrevista ao Dinheiro Vivo, relativamente a entendimentos com o PSD.

Cravinho, sobre a possibilidade de ser necessário no pós-legislativas um entendimento com o CDS, é ainda mais claro. “Se [coligação] for desnecessária, não incomoda nada que eles fiquem de fora”, até porque, defende o socialista, “um CDS e um PSD que queiram continuar esta política é melhor não estarem lá [no Governo].

Com a subida de Alexis Tsipras ao poder na Grécia muito se tem debatido sobre a necessidade da renegociação das dívidas, e Cravinho, que assinou o Manifesto dos 70, diz que o PS deveria assumir uma posição clara sobre o tema.

“O PS tem, sobre esta matéria, várias visões. Acho que já devia haver maior precisão sobre aquilo que são os princípios fundamentais e quais são os objetivos fundamentais que o PS quer prosseguir”, atirou o antigo governante. Mas, apesar disto, considera que o Governo português deve aproveitar a ‘onda grega’ para pôr o tema na agenda política.

“Se os nossos parceiros europeu admitirem que, de facto, isto [renegociação da dívida] tem lógica e que faz sentido, acho que Portugal devia explorar a fundo esta possibilidade. O governo português tem a obrigação, em nome do interesse nacional, de estudar as diversas hipóteses”, remata.

Por fim, sobre as presidenciais, com os nomes de António Guterres e António Vitorino como prováveis ou possíveis candidatos do PS, Cravinho deixa elogios a ambos, dizendo que, porém, haverá espaço, caso estes nomes não avancem, para mais candidaturas.

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