PS e PSD "cavaram a cova" onde a SATA será enterrada
O coordenador do Bloco de Esquerda nos Açores, Paulo Mendes, disse hoje que PS e PSD "cavaram a cova" em que a SATA, a companhia aérea açoriana, "será enterrada".
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Política BE/Açores
"Os despedimentos, a perda de direitos laborais a precarização, a suspensão ou negociação do acordo de empresa e seu desmantelamento para servir os interesses de alguns são da responsabilidade do PS e com o apoio do PSD, que não descansaram enquanto não cavaram a cova onde a SATA será enterrada, infelizmente", disse Paulo Mendes.
O dirigente do BE/Açores falava à Lusa no final de um encontro com a Comissão de Trabalhadores da SATA, na ilha Terceira. A reunião foi pedida pelo partido, que está preocupado com as consequências para os trabalhadores do plano de reestruturação da SATA até 2020, apresentado no início do ano e que prevê uma redução de frotas, de operações e de custos.
Paulo Mendes criticou também o Governo Regional dos Açores e a administração da SATA por não terem preparado "com bastante antecipação" a entrada das 'low cost' no arquipélago, prevista para abril.
"Estão à espera para ver o que irá acontecer e tanto poderá ter efeitos mais moderados como poderá ter efeitos catastróficos para o futuro da companhia aérea regional. Mas o Governo Regional não me parece estar muito preocupado com o futuro da SATA neste momento, adotou a atitude de esperar para ver", afirmou.
Paulo Mendes reiterou que, no entender do BE, o plano de reestruturação da SATA "dará lugar a um despedimento de centenas de trabalhadores, mesmo que uma parte dessa redução de pessoal se faça por via de reformas antecipadas", sublinhando que a transportadora açoriana recorre "ao trabalho precário para satisfazer aquilo que serão pretensas necessidades sazonais de pessoal" e "usa e abusa do recurso a estagiários".
Para além do plano de reestruturação conhecido em janeiro, na semana passada ficou a saber-se que a empresa de 'handling' Portway quer começar a operar no aeroporto de Ponta Delgada no próximo verão.
Para o BE, isso "motivará o despedimento ou a transferência oficiosa" de trabalhadores de 'handling'" da SATA para a Portway, "numa manobra" semelhante à que ocorreu no continente e que "servirá para precarizar ainda mais estes trabalhadores".
Por fim, Paulo Mendes voltou a alertar para a possibilidade de a SATA ser privatizada em 2017, dada "a segmentação prevista no plano de reestruturação", que "servirá também para separar aquilo que é proveitoso daquilo que não é", com vista à venda a privados do que for "comercialmente apetecível".
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