"Atingimos um ponto em que pior já não pode ser"
O empresário e ex-dirigente do PSD Ângelo Correia indicou, em entrevista ao Expresso, que o ?memorando com a troika foi um ato de submissão completa? e que Portugal perdeu muito do ponto de vista do interesse nacional.
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Política Ângelo Correia
Ângelo Correia trabalhou com Pedro Passos Coelho na Fomentinvest e foi dirigente do PSD. Ainda que continue dentro dos negócios, doutorou-se em estratégia e, em entrevista ao Expresso, falou sobre a troika em Portugal e sobre o primeiro-ministro.
“Podemos ter benefícios. Mas talvez percamos do ponto de vista do interesse nacional e da dignidade do país. Uns valores são tangíveis, outros intangíveis. A longo prazo o que conta são os segundos”, adiantou, em relação ao alinhamento de posição de Passos Coelho com as regras alemãs.
“O memorando com a troika foi um ato de submissão completa e a facilidade com que nos adaptamos a imposições externas foi negativa para o país”, acrescentou.
Sobre o balanço que se faz do papel de Passos Coelho como primeiro-ministro, Ângelo Correia refere que “ganhámos a ideia que cada um de nós tem de fazer mais pelo futuro sem ficar à espera do Estado; há setores que melhoraram muito e fizemos reformas importantes”.
No entanto, indica, existe um “lado negativo: temos uma carga fiscal inaceitável e com a descapitalização das empresas, a perda progressiva dos centros de produção nacional, a saída das pessoas, a falta de investimento, atingimos um ponto em que pior já não pode ser”.
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