"Com pilares ameaçados, como poderá segurar-se a democracia?"
António Barreto utiliza este domingo o seu espaço de opinião no Diário de Notícias para falar dos pilares da democracia portuguesa, atualmente “ameaçados”.
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Política António Barreto
Para o político António Barreto “o edifício da democracia portuguesa está construído sobre quatro pilares. Frágeis e atualmente sobre ameaça”. São eles a Constituição, o Estado social, a União Europeia e a aliança entre o Estado e os negócios.
O acordo constitucional, escreve o sociólogo, “está hoje em crise séria, talvez sem remissão”. O afastamento cada vez mais acentuado entre as duas principais forças políticas portuguesas – PS e PSD – contribui para esta crise uma vez que qualquer revisão constitucional não tem apoio para seguir.
Outra das obras da democracia é o atual Estado social, que agradou à população “enquanto parecia rico e generoso”, estando agora a “desfazer-se aos poucos”. António Barreto avisa que o Estado social não existe sem crescimento económico e sem compromisso entre partidos.
A União Europeia, à qual todos os partidos foram “lentamente” aderindo, está a perder a atração para os portugueses. Em causa está, por exemplo, a crise financeira e política europeia, a crise dos refugiados ou a crise grega.
A aliança entre o Estado e os negócios a longo prazo, explica o ex-presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, podem resultar na “destruição” da democracia mas “a curto prazo podem ser, como têm sido em Portugal, factores de sustento e de funcionamento da democracia”.
“Com estes quatro pilares ameaçados, como poderá segurar-se a democracia portuguesa?”, termina António Barreto.
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