Em entrevista à Rádio Renascença, António Pires de Lisboa, diz não ter planos para o futuro agora que já não é ministro da Economia.
“Do ponto de vista pessoal foi muito gratificante e uma enorme honra servir Portugal numa altura tão exigente. Não me arrependo da decisão que tomei quando fui convidado”, começa por afirmar.
O ex-ministro explica que “o país estava ainda em recessão e em assistência financeira e com um forte risco de não terminar o programa”.
“A coesão na coligação não era a melhor. Estávamos a viver um tempo de crise política e, ao longo destes dois anos e meio, terminámos o programa de assistência financeira com uma saída limpa. Iniciámos uma trajetória de crescimento económico, redução do desemprego e vi ainda o CDS ser um parceiro até ao fim”, relata.
Pires de Lima garante que não poderia estar mais satisfeito, tanto com o que fez como pelo estado da economia, “que não é para euforias, mas que vive um momento de esperança”.
“O que se vai passar a partir de agora foge ao meu controlo e à minha responsabilidade, só espero que não se venha a desperdiçar este momento de esperança”, disse preocupado.
Quanto aos seus planos revela a intenção de parar três ou quatro meses. “Para já, vou respirar fundo e, lá para março ou abril, volto a funções executivas na economia, não na política. Pode-se servir tão bem o país na economia como na política”, admite.
Relativamente ao Presidente da República, Pires de Lima deixa elogios rasgados. “Acho que o Presidente, ao contrário do que a Esquerda quer fazer parecer, está em grande forma. Muito claro, muito assertivo e muito realista. Faz muito bem em colocar a tónica da solução governativa nos pontos fundamentais que são a integração europeia, os nossos compromissos orçamentais, o crescimento e o emprego”.