PS em situação de "grande fragilidade" após cortar com PSD
O candidato presidencial e ex-deputado socialista Henrique Neto disse hoje que o PS colocou-se numa situação de grande fragilidade face ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda ao cortar as negociações com o PSD.
© Global Imagens
Política Henrique Neto
"Quando se faz uma negociação, nunca se devem fechar as portas a outros agentes com quem se pode chegar a acordo, porque se não fica-se nas mãos do único com quem se está a negociar", afirmou à agência Lusa Henrique Neto, em Leiria, à margem da aula aberta sobre "Desafios empresariais do século XXI", promovida pela D. Dinis - Business School.
Para Henrique Neto, "mesmo que o PS não tivesse a intenção de fazer um acordo com o PSD, nunca devia ter cortado as negociações, porque isso colocou-o numa posição de grande fragilidade perante o PC [Partido Comunista] e o Bloco" de Esquerda.
"Das duas uma, ou se colocou nas mãos deles ou acaba por não haver sucesso na negociação e quando há uma negociação temos que partir do princípio que o Partido Socialista estava interessado ou está interessado em que a negociação tenha sucesso", adiantou.
Sobre a iniciativa do eurodeputado socialista Francisco Assis, que tinha previsto para sábado um encontro que juntaria na Mealhada militantes do PS que se opõem à formação de uma "frente de esquerda", encontro que acabou por ser adiado, o candidato presidencial considerou-a positiva.
"Acho bem que o Francisco Assis tenha tomado essa iniciativa. Claro que para ser franco e sincero gostaria que o Francisco Assis tivesse tomado iniciativas semelhantes durante a governação do engenheiro Sócrates, quando era evidente que o engenheiro Sócrates estava a conduzir o país para a ruína", declarou Henrique Neto.
Reconhecendo que "esta problemática de um governo à esquerda tem os seus problemas", o antigo deputado salientou, contudo, que "esses problemas não são comparáveis com os problemas que o Governo do Partido Socialista criou ao país durante a vigência do Governo do engenheiro Sócrates, com todas as desgraças que aconteceram, económicas, financeiras".
"Eu lamento muito que o Francisco Assis, como muitos outros, tivessem estado calados e não tivessem tomado uma iniciativa de avaliar os prejuízos para o país que estavam a ser conduzidos naquele momento", acrescentou Henrique Neto, dizendo que aplaude a ideia de "debater a questão" por parte de Francisco Assis, mas "gostaria que isso fosse mais normal no PS".
Henrique Neto, 79 anos, ex-deputado do PS e antigo empresário, foi o primeiro a anunciar a candidatura à Presidência da República, a 25 de março deste ano.
Crítico dos governos socialistas de José Sócrates, em janeiro, Henrique Neto subscreveu o manifesto "Por uma democracia de qualidade", entregue ao Presidente da República e que pedia uma reforma do sistema eleitoral.
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