CDS acusa Costa de "tentar enlamear" Portas para disfarçar ilegitimidade
O vice-presidente do CDS-PP Diogo Feio acusou hoje o secretário-geral socialista, António Costa, de "tentar enlamear" o líder centrista, dada a sua ilegitimidade para formar uma alternativa de Governo com BE, PCP e PEV.
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Política Diogo Feio
"António costa tem dificuldades em explicar a legitimidade da solução que sugeriu e que não foi dada pelos eleitores, com argumentos falsos, num claro ataque ao CDS e ao seu presidente (Paulo Portas), dizendo que tinha mudado de posição sobre a Europa para entrar no Governo em 2002. É falso", disse Diogo Feio.
Em declarações à Lusa, o antigo eurodeputado democrata-cristão lembrou que o processo de abertura do CDS-PP à Europa começou em 1995, relativamente à União Europeia e à moeda única, precisamente através de uma moção do atual vice-primeiro-ministro, Paulo Portas.
Segundo o dirigente centrista, além da tomada de posição há 10 anos, Portas e o seu partido protagonizaram uma "grande discussão sobre o Tratado de Amsterdão", em 1998, tendo como resultado uma "posição favorável". A atestá-lo ficou a saída do ex-presidente Manuel Monteiro, o qual formou posteriormente o Partido Nova Democracia, numa "cisão interna do CDS".
António Costa, durante a Comissão Nacional do PS de sábado, tinha criticado as posições antieuropeístas de Portas e do CDS-PP, sugerindo que as mesmas foram revertidas de forma a os centristas poderem integrar elencos executivos, por comparação com os partidos com os quais está a negociar uma alternativa governativa, BE, PCP e PEV.
"Na altura, o CDS fez algo que não se vê acontecer no PCP ou no BE. Não se conhece qualquer documento em que assumam uma posição favorável ao euro ou ao Tratado Orçamental, pelo contrário. Isto é algo que é preocupante", continuou Diogo Feio.
O dirigente do CDS-PP criticou ainda o que considerou ser um "ataque pessoal" de Costa ao vice-primeiro-ministro do XX Governo Constitucional, devido ao facto de Portas ter afirmado que abdicaria da posição de vice-líder no caso da formação de um executivo tripartido (PSD, PS, CDS-PP).
"Há elementos naturais numa coligação de Governo, em virtude do peso específico de cada partido. Se o CDS tivesse perdido umas eleições, nunca se mostraria disponível para exercer o poder. Em 2005, Paulo Portas perdeu umas eleições e demitiu-se. Não ficou agarrado ao lugar. António Costa tem graves problemas de legitimidade, mas isso não lhe dá o direito de enlamear outros", concluiu.
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