"Esta classe política adquiriu os tempos que vêm de Salazar"
O candidato independente, Paulo Morais, tem como principal objetivo a luta contra a corrupção, garante o próprio.
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Política Paulo Morais
Paulo Morais, candidato à Presidência da República que leva como principal bandeira a luta contra a corrupção, foi entrevistado no Jornal das 8 da TVI, e referiu que o principal objetivo de chegar a Belém é por o cargo ser “transversal” no que toca às decisões do país.
“Candidato-me porque tenho um objetivo central - entendendo que a principal causa que trouxe o país à ruína foi a corrupção - que é na política que tem de se combater a corrupção, e o local ideal para isso se poder fazer de forma transversal é a Presidência da República, porque só aí se pode intervir na área judicial, legislativa e executiva”, esclarece.
Na opinião do docente universitário, “os Presidentes da República não têm cumprido a sua missão de fazer cumprir a Constituição” e promete que, no caso de chegar à Presidência, convocará “extraordinariamente o Parlamento com um ponto de agenda único que é a estratégia global de combate à corrupção”.
“Os Presidentes não têm exercido o seu poder porque estão reféns dos partidos. O grande problema é que os sucessivos Presidentes têm chegado à cadeira presidencial reféns de apoios financeiros, de financiamentos de partidos, e portanto estão, numa certa lógica, até inconstitucional”, acusa, referindo que depois não há o afastamento necessário para tomar decisões.
Paulo Morais acaba mesmo por comparar a atual classe política à existente no tempo da ditadura. “Esta classe política adquiriu os tempos que vêm de Salazar e de Américo Tomás. Na democracia atual, os primeiros-ministros têm conseguido transformar os Presidentes da República em pouco mais do que Américo Tomás e corta-fitas”.
Questionado sobre a falta de apoio do Partido Socialista a Sampaio da Nóvoa e a Maria de Belém, o candidato diz que, “de qualquer forma, são candidatos de partido”. “Quando há um vínculo entre candidato e partido há sempre uma certa cumplicidade que não permite cortar um conjunto de ligações”, afirma.
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