"Maria de Belém tem responsabilidade no estado a que o país chegou"
Combate à corrupção é o tema dominante no debate.
© DR
Política Paulo Morais
Maria de Belém e Paulo Morais encontraram-se, esta noite, num frente-a-frente marcado por uma discussão em torno do combate à corrupção, não fosse essa a bandeira do candidato independente.
Depois de tecer farpas ao atual Presidente, Cavaco Silva, o antigo presidente da Associação Transparência e Integridade disse considerar que “Maria de Belém, como os demais candidatos ligados aos partidos, tem grande responsabilidade no estado a que o país chegou, com a política a ser completamente submetida aos negócios”.
A acusação é rejeitada, contudo, pela candidata socialista, que alega que “acusações generalizadas são absolutamente inaceitáveis”. “Fiz a minha atividade no combate à corrupção quando tive em lugares que me permitissem fazê-la. Sempre que encontrei casos de corrupção denunciei-os às autoridades. As pessoas não têm nada a apontar-me e vivem com base na insinuação”, atirou a candidata a Belém.
Também em relação ao outro tema discutido no frente-a-frente, a intervenção no Banif, Maria de Belém e Paulo Morais divergem.
Na perspetiva do candidato independente, houve uma “manipulação da opinião pública e da bolsa” quando, perante a veiculação da informação imprecisa de que o Banif iria fechar uma semana antes da venda, os reguladores não tenham interrompido o concurso.
“Fosse eu Presidente da República, teria chamado imediatamente o governador do Banco de Portugal e o presidente da CMVM para saber que inoperância é esta. E teria vetado o orçamento retificativo porque não é aceitável que as pessoas andem com tantas dificuldades, haja gente a passar fome, para depois o Governo pegar em dois mil milhões de euros e dar aos novos donos do Banif”, insurgiu-se Paulo Morais.
Melhor do que aplicar a solução que foi encontrada seria, a seu ver, “usar o fundo de resolução que entra em vigor hoje”, 1 de janeiro.
O candidato frisou ainda que “a banca deve ser uma atividade como outra qualquer”, e que “os bancos em Portugal têm sido híper privilegiados”, justificando: “A banca comercial recebe dinheiro dos depositantes e das empresas e depois joga jogo de casino com o nosso dinheiro. Quando corre bem, distribui o lucro pelos acionistas e dá chorudos bónus aos administradores. Quando corre mal, tem de ser o Estado a pagar”.
A estas insinuações, Maria de Belém responde dizendo que “perante uma situação como estas – depois da injeção de capital público de duas formas e a Direção-Geral da Concorrência não ter aceite os planos de reestruturação – a própria Direção-Geral da Concorrência da União Europeia impediu outra solução. Isto não é apenas intervenção nacional”.
[Notícia atualizada às 22h30]
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