Em dia de luto, recorde o perfil de um dos legisladores da democracia
O socialista António de Almeida Santos, que morreu na segunda-feira à noite aos 89 anos, foi uma figura de referência da democracia portuguesa, tendo ocupado a presidência da Assembleia da República entre 1995 e 2002.
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Política Almeida Santos
Nasceu a 15 de fevereiro de 1926 em Cabeça (Seia) e licenciou-se em direito na Universidade de Coimbra em 1950. Foi intérprete do canto e da guitarra de Coimbra.
Cedo se estabeleceu em Lourenço Marques (atual Maputo), onde, de 1953 a 1974, exerceu advocacia e foi membro do Grupo dos Democratas de Moçambique.
Almeida Santos regressou a Portugal após o 25 de abril de 1974, a convite do então Presidente da República, António de Spínola, tornando-se num dos protagonistas da política nacional.
Como independente, foi ministro da Coordenação Interterritorial dos I, II, III e IV Governos Provisórios e ministro da Comunicação Social do VI Governo Provisório.
No I Governo Constitucional (1976-78), liderado pelo seu amigo Mário Soares, foi ministro da Justiça, cargo em que se destacou como um dos principais legisladores do executivo.
Enquanto ministro da Justiça, aderiu ao Partido Socialista (PS), no II Congresso deste partido.
No II Governo Constitucional foi ministro-adjunto do primeiro-ministro e no VI Governo Constitucional foi ministro de Estado e dos Assuntos Parlamentares.
Desempenhou um papel determinante da primeira revisão constitucional em 1982 e, novamente, em 1988-1989. Nesta última, foi eleito vice-presidente da comissão de Revisão Constitucional.
Foi eleito Presidente da Assembleia da República nas VII e VIII Legislaturas.
Era membro do Conselho de Estado desde 1985. Foi ainda presidente do grupo parlamentar do PS entre 1991 e 1994 e presidente do PS entre 1992 e 2011, sendo substituído por Maria de Belém, que apoiava nestas eleições presidenciais.
Ficou, depois dessa data, com o título de Presidente honorário do Partido Socialista.
Autor de dezenas de livros, ostentava várias condecorações, designadamente as portuguesas Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e da Ordem Militar de Cristo.
O último ato político do presidente honorário do PS foi o apoio à candidatura presidencial da socialista Maria de Belém, em Coimbra, no domingo passado.
Um dia antes de morrer, António de Almeida Santos afirmou que, se Maria de Belém Roseira sair derrotada das eleições presidenciais de 24 de janeiro, da próxima vez "ganha ela".
O antigo ministro de Mário Soares e disse que a presença no almoço da candidatura foi "uma homenagem muito sincera" a Maria de Belém, de quem é "muito amigo".
O presidente honorário do Partido Socialista, que foi submetido por duas vezes a cirurgias cardiovasculares, sentiu-se mal segunda-feira à noite, após o jantar, e foi ainda assistido ainda na sua residência.
O corpo vai estar em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, mas não haverá cerimónia religiosa, a pedido do próprio, segundo fonte familiar.
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