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Óbito: António Arnaut realça qualidades de "socialista exemplar"

O antigo ministro António Arnaut lamentou hoje a morte do seu amigo e presidente honorário do PS, António Almeida Santos, que considerou "um republicano e um socialista exemplar".

Óbito: António Arnaut realça qualidades de "socialista exemplar"
Notícias ao Minuto

12:43 - 19/01/16 por Lusa

Política Almeida Santos

António Arnaut, principal impulsionador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), recordou à agência Lusa que conheceu pessoalmente Almeida Santos após o 25 de Abril de 1974, passando a admirar "as suas qualidades intelectuais e a sua capacidade de trabalho".

Arnaut, um dos fundadores e militante número 4 do PS, exercia então advocacia em Coimbra, em cuja universidade tinha concluído a licenciatura em Direito, em 1950.

Nessa época, além da atividade de oposição à ditadura de Salazar, no âmbito do Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil, Almeida Santos residiu na Real República Baco e destacou-se como dirigente da Associação Académica de Coimbra, além de ter integrado a Tuna Académica e o Orfeon Académico.

"Ele tinha deixado aqui uma marca de estudante rebelde que sempre se bateu pela causa da liberdade", salientou.

António Arnaut consolidou a sua amizade com Almeida Santos sobretudo na vigência do I e do II Governo Constitucional, chefiados por Mário Soares.

"Sempre fui muito íntimo do Almeida Santos, que era também um escritor que dominava a língua portuguesa", sublinhou.

Na passagem do primeiro para o segundo Governo de Soares, em finais dos anos 70 do século passado, o advogado de Coimbra chegou a "estar indigitado durante três dias" como ministro da Justiça, funções que Almeida Santos iria cessar.

No entanto, veio a ser ministro dos Assuntos Sociais. Naqueles dias de transição, conversou muito com o ainda titular da pasta da Justiça, confidenciando-lhe que pretendia criar um Serviço Nacional de Justiça.

"Conta comigo. Mas vê lá no que te metes, rapaz!", terá advertido Almeida Santos, que tinha concretizado recentemente a sua adesão ao PS.

O futuro presidente da Assembleia da República esteve depois "sempre ao meu lado na defesa do SNS", enfatizou o antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano -- Maçonaria Portuguesa.

"Perdi um companheiro, um amigo, um camarada e um irmão", disse.

O presidente honorário do PS morreu na segunda-feira em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar.

O corpo de António Almeida Santos vai estar hoje, a partir das 17:00, em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, e será cremado na quarta-feira no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, pelas 14:00.

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