Joaquim Chissano recorda homem com o coração dividido
O antigo Presidente de Moçambique Joaquim Chissano recorda Almeida Santos como um homem cujo coração se manteve dividido entre Portugal e Moçambique, onde o político português viveu mais de duas décadas.
© Reuters
Política Almeida Santos
"Almeida Santos, que pertenceu ao Grupo dos Democratas, escolheu permanecer como português, mas sempre com uma grande parte do seu coração em Moçambique", declarou Chissano ao programa Repórter África, da RTP, numa reação à morte do presidente honorário do PS.
Tendo vivido em Lourenço Marques (atual Maputo), onde, de 1953 a 1974, exerceu advocacia e integrou o Grupo dos Democratas de Moçambique, António de Almeida Santos regressou a Portugal após a Revolução dos Cravos.
Destacando "o papel que ele jogou nos últimos anos do colonialismo" em Moçambique, Joaquim Chissano afirmou que Almeida Santos "continuou a colaborar no processo de construção do país".
"Nas negociações para a independência, Almeida Santos esteve na delegação portuguesa e, mesmo lá, sentia-se o seu coração repartido entre estar numa delegação e noutra. Compreendia as razões que nós, da Frelimo, apresentávamos a defender os interesses dos moçambicanos. Aí, o sentimento de moçambicano vinha nele à superfície", recordou o ex-Chefe de Estado de Moçambique.
Ainda de acordo com Chissano, o antigo presidente da Assembleia da República (1985--2002) "permaneceu como um grande elo entre Portugal e Moçambique", permitindo "desenvolver o bom entendimento que foi construído entre os dois países, com o respeito pela soberania de cada um" e com "uma amizade que o levou a visitar várias vezes Moçambique".
O ex-presidente da Assembleia da República e do PS morreu na segunda-feira em sua casa, em Oeiras, aos 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar, disse fonte da família à agência Lusa, informando ainda que o corpo será cremado na quarta-feira pelas 14:00, não havendo lugar a cerimónias religiosas.
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