Chumbadas recomendações do PSD para dinamização do setor do Turismo
A esquerda parlamentar chumbou hoje um diploma do PSD que recomenda ao Governo a adoção de medidas para a dinamização do setor do turismo, depois de um debate com muitas referências ao passado e críticas ao anterior executivo.
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Política Esquerda
Lisboa, 20 mai - A esquerda parlamentar chumbou hoje um diploma do PSD que recomenda ao Governo a adoção de medidas para a dinamização do setor do turismo, depois de um debate com muitas referências ao passado e críticas ao anterior executivo.
O CDS-PP e o PAN juntaram-se ao voto favorável da bancada social-democrata.
Na intervenção inicial da discussão do projeto de resolução, o deputado do PSD Paulo Neves começou por recordar o "desempenho notável" do setor do turismo nos últimos cinco anos, quando esteve em funções o executivo de maioria PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.
Contudo, sublinhou o deputado social-democrata, apesar do crescimento a que se assistiu, há ainda espaço para progressos, apontando como exemplos a necessidade de aumentar o tempo de estadia dos turistas em Portugal ou a importância de minimizar o fator sazonalidade.
"É fundamental que a dinâmica adquirida nos últimos anos não se perca e possa ser intensificada", argumentou.
Paulo Neves avançou com algumas das recomendações dos sociais-democratas, como a criação de programas destinados a setores específicos, como o turismo religioso e a flexibilização da legislação para o setor.
Pelo CDS-PP, o líder parlamentar Pedro Mota Soares juntou-se aos elogios ao trabalho desenvolvido pelo anterior Governo no Turismo, deixando um conselho à atual secretária de Estado, Ana Mendes Godinho: "Não mexa, não mude, não estrague".
Ana Mendes Godinho concordou com a análise sobre o crescimento do setor do Turismo dos últimos anos, ressalvando, contudo, que o sucesso alcançado não significa que o atual executivo "baixe os braços".
"Em 2016 também espero ter oportunidade de anunciar mais um bom ano turístico", vincou.
A secretária de Estado do Turismo fez ainda alusão a algumas medidas que o executivo já tomou, como a reposição da taxa de IVA de 13% para o setor da restauração ou o programa já em curso para combate à sazonalidade no Algarve.
"Temos de fazer o trabalho de casa e preparar a nova década", sustentou, considerando que os desafios são grandes e que há que fortalecer o que vem de trás e que foi bem feito.
Do lado da esquerda parlamentar o tom foi mais crítico, com o deputado do PS Carlos Pereira a lamentar o "apagão das políticas da área do Turismo" nos últimos quatro anos e a questionar a razão porque o PSD e o CDS-PP não avançaram com as propostas que agora fazem durante o tempo em que estiveram no Governo.
"Este projeto é a melhor e mais profunda critica à completa inatividade do anterior Governo em relação ao Turismo", disse.
João Vasconcelos, do BE, corroborou o deputado socialista, acrescentando que o PSD "não tem um pingo de vergonha" quando diz que é preciso apostar nas Escolas de Turismo, depois de em 2012 ter tentado encerrar quatro estabelecimentos.
Rita Rato, do PCP, levou ainda ao debate a questão da precariedade, alertando para situações de estágios e trabalho não remunerado.
"Mais de duas dezenas de medidas e nem uma só sobre os trabalhadores", lamentou o deputado comunista Paulo Sá.
A bancada do partido ecologista Os Verdes focou ainda a questão do turismo termal, acusando PSD e CDS-PP de terem contribuído para "liquidar" este setor quando estavam no executivo.
VAM // SMA
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