É essencial "ganhar" autárquicas para evitar "certas tentações"
O dirigente histórico socialista Manuel Alegre considerou hoje fundamental uma vitória do PS nas eleições autárquicas de 2017, advertindo que isso é essencial para garantir a sustentabilidade do Governo e para evitar "certas tentações".
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Política Manuel Alegre
Manuel Alegre falava no 21.º Congresso Nacional do PS, numa intervenção em que reiterou a tese de que representaria "uma traição" se os socialistas, após as últimas eleições legislativas, tivessem viabilizado um novo executivo PSD/CDS-PP.
Na parte final do seu discurso, Manuel Alegre referiu-se de forma indireta a posições controversas que têm sido assumidas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, relacionando resultados eleitorais das autárquicas e estabilidade política.
"No último congresso partimos daqui para a batalha das eleições legislativas e agora vamos partir para as autárquicas de 2017. É objetivo essencial ganhar as autárquicas para garantir e reforçar a sustentabilidade do Governo e para evitar certas tentações", disse já na parte final do seu discurso.
A primeira parte da intervenção do ex-candidato presidencial destinou-se a contestar a tese do eurodeputado socialista Francisco Assis, que criticou a formação do atual Governo com base em acordos com o Bloco de Esquerda e com o PCP.
Manuel Alegre negou que o PS esteja radicalizado, devolvendo que foi o anterior executivo quem "fez um PREC (Processo Revolucionário em Curso) ao contrário, atacando direitos sociais e económicos".
"O fim do arco da governação constituiu uma libertação democrática, porque era o seguro de vida da direita. O PS não está sequestrado por ninguém, mas seria uma traição uma aliança com o PSD, porque desrespeitaria as vítimas do anterior Governo", sustentou, elogiando em seguida, além de António Costa, também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, por terem permitido a constituição do atual executivo.
Ainda numa resposta indireta a Francisco Assis, Manuel Alegre contrapôs que o PS "é reformista de esquerda".
"Mas muitas vezes confunde-se reformismo com contra-reformismo. Este Governo está a fazer uma política reformista de esquerda", vincou.
Alegre voltou também a fazer duras acusações à política seguida pelas instituições europeias, dizendo que se tornaram "punitivas" e que procuram "confiscar a soberania dos Estados-membros", sobretudo dos mais pequenos.
"Não sou eurocético, mas também não sou eurobaeato", disse, numa intervenção em que advertiu o Governo para a necessidade de ter uma política externa mais eficaz em relação aos países fora do espaço europeu, particularmente os de expressão portuguesa - aqui, um recado dirigido ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
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