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CGD e acesso a contas: Bloco e PCP 'torcem nariz' ao Governo

Os partidos que dão apoio parlamentar ao Governo do PS não concordam com duas das decisões tomadas nos últimos tempos.

CGD e acesso a contas: Bloco e PCP 'torcem nariz' ao Governo
Notícias ao Minuto

09:16 - 19/08/16 por Inês André de Figueiredo

Política Esquerda

Na última semana, o tema do acesso às contas dos portugueses por parte do Fisco e a aprovação do Banco Central Europeu de 11 nomes propostos pelo Governo para o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, rejeitando outros oito, agitaram a atualidade política e mostraram divisões à Esquerda.

Por um lado, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, reagiu à questão dos administradores da CGD e defendeu que deverá haver uma “lei que restrinja, discipline e limite o número de cargos que possam ser acumulados de forma transversal”, tanto no público como no privado. O Bloco de Esquerda “não apoia uma lei que deixe tudo como está e permita a acumulação atualmente existente e ainda crie por cima disso uma exceção para os administradores da Caixa Geral de Depósitos”, realçou a deputada em declarações à agência Lusa.

Na opinião da bloquista, “a lei é muito discricionária”, já que mostra que o BCE ou o Banco de Portugal (BdP) devem determinar “quando é que há cargos excessivos e isso permite toda a acumulação de cargos”.

Numa alusão ao mesmo assunto, Jorge Pires, do PCP, mostrou-se indignado pelo facto de serem “mais uma vez (…) as estruturas supranacionais que decidem sobre matérias relevantes para o país”

Porém, o comunista alerta que o PCP já tinha descrito este processo como “intolerável” por corresponder essencialmente “à reposição do bloco central de interesses, com figuras oriundas ora do PS, ora do PSD e do CDS”.

Por outro lado, o dirigente do partido liderado por Jerónimo de Sousa reagiu à questão da fiscalização das contas bancárias dos portugueses por parte do Fisco e foi perentório: “Não concordamos certamente”.

“Certamente tem de haver aqui algum cuidado, é preciso proteger as pessoas", principalmente porque se pode estar “a criar uma situação de generalização de acesso às contas bancárias”, explicou.

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