"Tentativa de afastamento de Carlos Alexandre é inominável"

Fundador do Clube dos Pensadores acredita que algo de grave se passa no processo que envolve José Sócrates.

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Andrea Pinto
03/10/2016 12:25 ‧ 03/10/2016 por Andrea Pinto

Política

Joaquim Jorge

Joaquim Jorge decidiu esperar “alguns dias” e pelo fim “do frenesim da imprensa” para fazer uma reflexão sobre as entrevistas dadas pelo juiz Carlos Alexandre à SIC e ao Expresso.

Para o fundador do Clube dos Pensadores, “algo se está a passar de muito grave”, para o juiz ter “durante todo este tempo mostrado recato e silêncio” e, agora, de “uma assentada” conceder duas entrevistas.

“A tentativa de afastamento do juiz Carlos Alexandre do processo é absolutamente inominável. Contudo o processo está a passar para lá do limite de tempo, a justiça está a demorar uma eternidade”, refere, salientando, no entanto, a “complexidade deste mega-processo”.

Apesar disso, Joaquim Jorge critica o facto de neste processo haver quem possa “dizer o que lhes apetece: José Sócrates e os seus advogados”, e os que “devem ter reserva da palavra ou tudo que dizem é passível de más interpretações - Carlos Alexandre”.

“Acho que este processo vai acabar mal para o pior da justiça portuguesa e dos portugueses. Se José Sócrates for condenado será muito gravoso, já que Portugal teve um primeiro- ministro que esteve preso, lesou o Estado, usurpou dos seus poderes e desrespeitou a lei. Por outro lado, se José Sócrates for considerado inocente, será o fim da nossa justiça, será a machadada final na sua credibilização. Porque deteve um ex- primeiro- ministro, fez-lhe acusações graves e não foram provadas”, escreve, lembrando que “a democracia como nós a concebemos estará em causa”.

Joaquim Jorge defende ainda, que “o calcanhar de Aquiles na justiça é o ónus da prova que é tão difícil de demonstrar” e acrescenta que “os crimes de ordem financeira, chamados de colarinho branco, são os mais difíceis de provar devido à artimanha na utilização de uma placa giratória em cadeia para dissimular o crime”.

“O ónus da prova é o grande busílis da justiça, quer em Portugal, quer em todo o mundo democrático”, afirma, salientando “a gritante falta de meios e peritos na [Polícia] Judiciária”.

“Que Deus ajude, como diz a canção de Djavan, a justiça portuguesa a sair deste nó górdio, para bem de Portugal e dos portugueses.”, remata.

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