Num texto de opinião enviado ao Notícias ao Minuto, Joaquim Jorge fez notar as recentes nomeações para cargos internacionais de António Guterres (para secretário-geral das Nações Unidas) e a de Durão Barroso (para presidente não-executivo da Goldman Sachs). Dois portugueses que considera terem um “reconhecimento tão distinto”.
Sobre Barroso, “que foi presidente da União Europeia, está a ser enxovalhado, ostracizado e a cair em descrédito. Ao invés, António Guterres, secretário-geral da ONU, está-se a tornar um exemplo (já o era) e uma figura incontornável do mundo. Muitos poucos atingem esse patamar. Vamos ver o que consegue fazer para chegar ao Olimpo”.
Contudo, relembrou que nem tudo é um mar de rosas para o antigo primeiro-ministro.
Segundo conta, há quem não se “esqueça que António Guterres deixou o país de tanga para exercer o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, um organismo da ONU”.
Considerando ambos os “argumentos respeitáveis”, afirmou que todos têm “o direito a criticar”, mas que ao mesmo tempo – no caso de Guterres – deve haver “orgulho” por ser “um português”. Já sobre Barroso, não pensa o mesmo.
“Há em Portugal quem ganhe muito mais fugindo ao Fisco. O dinheiro e os lugares não podem comandar a vida das pessoas. Durão Barroso, eticamente, o que fez é lamentável. Pode ficar com o cargo, mas o seu reconhecimento é zero ou menos zero. A forma como acedeu a este cargo não se faz”, reiterou.
Posto isto, considera que o único “caminho” possível, seria o “de ir para casa”.