"Portas chamou a si dever de apontar outro caminho"
O antigo ministro social-democrata José Luis Arnaut, comentou ao microfones da Antena1 a declaração do líder da coligação governativa, Paulo Portas, defendendo que ao manifestar a sua contestação à nova taxa sobre as pensões “chamou sobre si a responsabilidade de apontar outro caminho”. Arnaut destacou ainda, nestas declarações, duas posições inéditas assumidas pelo líder centrista.
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Política José Luís Arnaut
Dois dias depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apresentar, numa declaração ao País, um novo pacote de austeridade, o líder do partido de coligação, Paulo Portas, tornou pública, também numa declaração aos portugueses, a sua contestação quanto à proposta de uma contribuição adicional sobre as reformas e defendeu uma atitude mais pró-activa nas negociações com a troika.
Na Antena1, o social-democrata José Luís Arnaut diz que há “três reflexões a fazer sobre a declaração” do líder do CDS. “Primeiro, há que constatar de facto que uma coligação não é uma fusão de partidos [mas] dois partidos com duas identidades, com dois conjuntos de ideias e compromissos eleitorais que convergem no sentido de dar uma solução de estabilidade governativa ao País”.
“Um segundo aspecto que acho relevante é que Paulo Portas tornou clara a sua posição de distanciamento relativamente àquela que é a posição do ministro das Finanças, o que nunca tinha feito até este momento”, e em “terceiro lugar”, salienta Arnaut, “também pela primeira vez, o que é estranho em quem tem a responsabilidade da pasta dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Europeus, Paulo Portas vem dizer que o prazo que a troika (…) dá não é suficiente”.
Assim sendo, na opinião do antigo governante, “e tendo em conta o fundo da questão, que é a divergência relativamente à taxa sobre as pensões, Portas tornou clara a sua posição e a do seu partido”.
“Não lhe chamaria conflito mas uma clarificação de posições”, diferencia Arnaut, sublinhando porém que agora “a responsabilidade maior cai sobre Paulo Portas, o membro do Governo com mais experiência governativa e que melhor conhece a máquina da Administração Pública, e que agora tem a obrigação de encontrar uma solução alternativa”.
José Luís Arnaut conclui, por isso, que o líder centrista “chamou sobre si os holofotes dessa responsabilidade, de ter que ser ele a apresentar uma medida alternativa” e “apontar outro caminho”.
O antigo ministro acredita que se Portas o fizer, “a taxa [sobre as pensões] seguramente cairá”. Até porque, saliente-se, esta foi a única medida que o primeiro-ministro admitiu ponderar no pacote de redução da despesa do Estado até 2015.
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