Joaquim Jorge, num artigo de opinião escrito para o Notícias ao Minuto, relembra a relevância do Orçamento Participativo, mas realça que deveria haver a possibilidade de apresentar propostas na “área política, sistema político e políticas públicas”.
“Tudo que seja aproximar os cidadãos da política e estes terem parte ativa nas decisões é importante”, começa por dizer, acrescentando que sempre acreditou que “as pessoas com mais valor e grandes ideias estão em casa, não estão para ir para a política e para se incomodar”.
Frisando que a criação do Orçamento Participativo de âmbito nacional por parte do Governo de António Costa surgiu em “boa hora”, o fundador do Clube do Pensadores frisa que este “tem algumas limitações”.
Por um lado, e recordando que António Costa já o reconheceu, o biólogo refere que o valor reservado para a medida “não é muito”. Por outro lado, Joaquim Jorge sublinha que os projetos têm de ser nas aéreas da “cultura, agricultura, ciência, educação, formação de adultos e da justiça e da administração interna na Madeira e Açores”.
“Acho esta ideia interessante mas para se melhorar a qualidade da democracia deveria ser possível apresentar projetos na área política, sistema político, políticas públicas”, defende, fazendo ainda sobressair que “tentar amenizar a crescente desconfiança e distanciamento dos cidadãos face à democracia, instituições e políticos, passa por aí”.
“A democracia também se faz de afetos e proximidade, mas não chega. A proximidade de decisão é importante para o cidadão. A decisão dos cidadãos não deve ser limitada e condicionada a determinadas áreas. Os cidadãos devem poder opinar e decidir em tudo que diz respeito à nossa democracia” conclui.