"O Governo desistiu do setor exportador", acusa o CDS
O CDS-PP acusou hoje o Governo de ter desistido do setor exportador, perguntando pelo Programa Internacionalizar anunciado há oito meses, e criticando o "adormecimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros".
© Global Imagens
Política Filipe Lobo d'Ávila
"Depois de oito meses do anúncio político e da propaganda do primeiro-ministro, queremos acreditar - não podemos deixar de acreditar - que o Governo já tenha algumas ideias do que quer para o Programa Internacionalizar", disse Filipe Lobo D'Ávila, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.
Para Lobo D'Ávila, "o Governo desistiu do setor exportador": "Ao rever em baixa as metas para 2020 pôs à vista de todos a falta de ambição que transmite aos empresários e a todos aqueles que têm a coragem de arriscar e não desistir".
O deputado apontou para a ausência de um plano estratégico da AICEP para os próximos dois anos, questionando como pretende o Governo assegurar a sustentabilidade das exportações e atrair investimento privado.
Referindo-se a um "aparente adormecimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros", Lobo D'Ávila argumentou que "fica a sensação" de que o atual ministro da tutela, Augusto Santos Silva, "gosta pouco de Economia e duvida-se que conviva bem com o estrangeiro".
"Desde que o Governo assumiu funções é evidente a resistência, para não dizer o desconforto, do Ministério dos Negócios Estrangeiros em assumir uma posição liderante neste processo, precisamente porque fazer uma leitura, no nosso entender, curta, demasiado curta, sobre a diplomacia económica", sustentou.
Adotando o lema de que "a economia é hoje a continuação da política por outros meios", Lobo D'Ávila referiu-se à ação do anterior executivo, em que o antigo presidente do CDS-PP Paulo Portas foi ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro com a coordenação das questões económicas.
O deputado centrista responsabiliza o Governo do PS e a maioria de esquerda pela "criação de uma situação de bloqueio, de abrandamento económico, de retração, de desconfiança e de incerteza dos agentes económicos".
Nos pedidos de esclarecimento, o deputado socialista Carlos Pereira acusou CDS e PSD de terem apostado "tudo na procura externa", empobrecendo o país, cujo PIB [Produto Interno Bruto] "começou a crescer quando foram obrigados a devolver rendimentos pelo Tribunal Constitucional".
"O investimento direto estrangeiro cresceu em 2016 em todos os setores menos nas tecnologias da informação, por causa da venda da Altice", contrapôs ao deputado do CDS.
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