Para Mariana Mortágua as recentes (boas) notícias de que o défice fica nos 2,1% não são novidade nenhuma. “Não há nada de muito novo sobre os dados do défice, recorde-se que o PS já os tinha em ‘outdoors’ por todo o país e portanto sabíamos que o défice era de 2,1%”, afirmou.
Contudo, na sua opinião e na do Bloco de Esquerda, “um défice de 2,1% não é mais do que uma meta mais uma vez para um capricho da União Europeia e para Bruxelas e portanto o Governo tenta assim ter alguma credibilidade de instituições que não estão à procura de credibilidade nenhuma”.
“Este défice é feito de despesa e dinheiro público que não está a ser gasto. Não está a ser gasto no SNS, não está a ser gasto nas escolas, não está a ser gasto no investimento público, no momento em que Portugal tem o maior saldo primário”.
A bloquista fez ainda duras críticas à decisão do Governo na emissão de dívida da Caixa Geral de Depósitos, “emitidas a um juro de 10%, ou seja, 50 milhões de juros ao ano”. “É uma má emissão de dívida”. “Este é um instrumento mau para qualquer banco em qualquer momento, porque paga juros altíssimos (…) O resultado desta operação é que por um capricho da União Europeia, a Caixa emitiu uma dívida” que põe em causa “o seu próprio interesse financeiro”.
E apontou o dedo a Costa: “O primeiro-ministro disse no debate quinzenal que entre o interesse da Comissão e o do país, preferia o do país. Pois bem, nós entendemos que esta emissão da dívida rege-se apenas pelo interesse da Comissão”.