"Diplomatas são brigada de 'mão fria' de tanto segurarem copos"
Paulo Morais não concorda com a forma como a diplomacia portuguesa trabalha.
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Política Paulo Morais
Paulo Morais teceu duras críticas à diplomacia portuguesa, ressalvando que esta “não serve o país”.
“Os embaixadores continuam a viver com a pompa e circunstância, reminiscências dos tempos coloniais. Os diplomatas, na sua maioria, constituem uma classe obsoleta, uma verdadeira brigada de ‘mão fria’ de tanto circularem de copo gelado na mão, de recepção em cocktail. Divertem-se com os meios públicos, chegando, em alguns casos, a utilizar as embaixadas apenas para festarolas”, escreveu o antigo candidato à Presidência da República no site da Frente Cívica, a associação por si criada.
Nesta senda, Paulo Morais destacou ainda que, “na última década, para tentar justificar a sua existência, a diplomacia mascarou-se: os embaixadores passaram a impulsionadores da internacionalização da atividade económica”.
Esta questão deveria servir para a “promoção de produtos nacionais, bem como à abertura de condições à instalação de empresas nos diversos mercados, mas esta nova diplomacia tem sido apenas a utilização de embaixadas como mais um instrumento da promiscuidade entre a política e os negócios”.
“Neste novo modelo, as empresas protegidas do regime prosperaram além-fronteiras. Com José Sócrates, a J.P. Sá Couto e o Grupo Lena ganharam negócios na América Latina. Já no consulado de Passos Coelho, Paulo Portas promovia em Angola a Mota Engil, grupo empresarial para o qual acabou por ir trabalhar. E a soleníssima viagem de Cavaco Silva à China teve como principal feito a celebração de um acordo entre o China Development Bank e… o BES de Ricardo Salgado. Já com o atual governo, tem havido umas tentativas tíbias de mudança do paradigma, em particular no apoio aos emigrantes. Mas sabe a pouco”, justificou o político.
Desta forma, Paulo Morais pede que exista uma revolução na diplomacia, que consista em “colocar definitivamente as embaixadas e consulados ao serviço de Portugal e, muito em particular, da comunidade emigrante”, com a disponibilização de serviços públicos simplificados e descentralizados e proporcionando “pontos de apoio aos portugueses que viajam - empresários, estudantes ou turistas - sem qualquer tipo de discriminação”.
“A diplomacia que serve Portugal é a que potencia a melhor característica do povo português: a universalidade. Tudo o resto é supérfluo ou até perverso”, conclui.
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