Bloco/Açores propõe inclusão de refeições vegetarianas em cantinas
O Bloco de Esquerda Açores anunciou hoje que vai propor no Parlamento açoriano a inclusão de refeições vegetarianas nas cantinas escolares e outros refeitórios públicos, adaptando à região uma legislação já aplicada no continente português.
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Política Refeições
"A diversidade nas opções de dieta alimentar é uma realidade e as cantinas públicas e entidades financiadas maioritariamente por fundos públicos devem dar resposta, para que ninguém seja discriminado pela sua dieta alimentar", salientou o co-líder do BE nos Açores Paulo Mendes, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.
Segundo o dirigente do BE, a proposta vem dar resposta a uma petição com cerca de 800 assinaturas, que defende a inclusão de refeições vegetarianas nas cantinas públicas nos Açores.
A medida destina-se não só aos refeitórios das escolas, mas a hospitais, cantinas sociais e refeitórios de serviços públicos.
Paulo Mendes lembrou que a medida já foi aprovada na Assembleia da República, mas ainda não foi adaptada à região.
"Falta fazer a adaptação à região, que é isso que nós propomos, até porque o Governo Regional, em parecer emitido no âmbito da proposta que depois foi aprovada na Assembleia da República e que neste momento é lei, considerou que esta era matéria da competência exclusiva da região", frisou.
A proposta do BE distingue-se da legislação nacional apenas na preferência pelos produtos hortícolas e frutícolas locais e regionais.
Segundo o dirigente bloquista, apesar de o número de vegetarianos ter vindo a aumentar, a iniciativa destina-se também a quem queira apenas diversificar a sua alimentação, seguindo recomendações da Direção Geral de Saúde.
Para Paulo Mendes, o eventual aumento do custo das refeições que esta medida possa acarretar será inferior "ao custo que atualmente uma dieta desequilibrada tem na saúde pública".
O co-líder regional do BE considerou, no entanto, que os problemas dos preços das refeições escolares não estão associados à alimentação vegetariana.
"Muito provavelmente se voltássemos ao regime anterior de serem as próprias escolas com os seus próprios funcionários a confecionarem as refeições nas suas cantinas escolares, não teríamos de certo o problema que temos hoje em dia de uma concorrência desenfreada entre várias empresas de 'catering' para ganharem a adjudicação das refeições escolares, o que as faz praticar preços muitas vezes abaixo daquele que é o preço de custo, com prejuízo para a qualidade das refeições que são disponibilizadas", salientou.
Outra das lacunas que, na opinião de Paulo Mendes, deve ser resolvida nas escolas, independentemente da adoção desta medida, é a contratação de um número necessário de nutricionistas.
"É mais do que claro que a oferta de nutricionistas pelas escolas é diminuta. As escolas deviam todas elas estar neste momento providas de um nutricionista, pelo menos", frisou.
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