Continua a contestação à escolha de Lisboa como candidata à sede da Agência Europeia do Medicamento. Agora foi a vez de Rui Rio criticar a decisão do Executivo de António Costa.
Na 'Edição da Tarde' da SIC Notícias, Rui Rio começou por dizer que está “habituado a ter opiniões minoritárias” mas que neste caso a sua opinião “deve corresponder à opinião de mais de 9 milhões de portugueses”.
“Porque é que em Portugal há-de estar tudo em Lisboa, degradando a qualidade de vida em Lisboa por excesso de concentração, e degradando as restantes zonas do país por desertificação?”, questionou.
O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto não compreende os argumentos do primeiro-ministro António Costa, como a proximidade do Infarmed e por ser fator de preferência a existência da Escola Europeia, que só Lisboa poderá ter.
“Não compreendo. O país é um todo, não é só a capital. Por essa lógica tem de ir tudo para Lisboa. Está tudo em Lisboa, tem de ficar tudo em Lisboa por uma questão de proximidade". E acrescentou. “Vai ter de se dar um murro na mesa e pôr termo a isto. Não é inteligente”.
Rui Rio acrescentou que o Porto até é das cidades que menos se pode queixar neste tipo de situações. “O resto do país não pode ficar satisfeito com isto”. O social-democrata lamentou ainda as contradições entre as palavras e os atos do Governo. “Não há coerência direta entre as palavras e os atos, que são os mais importantes Nas palavras o Governo está sempre a falar em descentralização e desconcentração, nos atos temos sempre situações destas”.
Rui Rio considera que “Portugal é um país desequilibrado” e que “não é justo nem democrático que cidades do interior do país” fiquem de fora e Lisboa seja sempre a escolhida para estas candidaturas. E até deu o exemplo da Espanha, onde nenhuma das quatro sedes das agências europeias naquele país está em Madrid.
Rui Rio voltou a defender a necessidade de se “debater a regionalização para se encontrar um modelo de regionalização mais consensual” em Portugal.