"Uma tragédia natural não é imprevisível, imprevisível é quando acontece"
“Provavelmente vou dizer coisas que vão irritar muita gente, talvez não sejam politicamente corretas”, referiu o advogado José Miguel Júdice.
© Global imagens
Política José Miguel Júdice
Os últimos dias têm sido marcados pela violência dos incêndios que têm atacado principalmente o Centro do país. No sábado, em Pedrógão Grande, a dimensão da tragédia atingiu níveis nunca antes vistos em Portugal. Até ao momento, são já 64 as vítimas mortais confirmadas, a que se juntam mais de uma centena de feridos.
O tema dos incêndios marcou o espaço de comentário de José Miguel Júdice na antena da TVI 24, numa rubrica intitulada 'Porquê?'.
O advogado começou por referir-se a Marcelo Rebelo de Sousa. “O Presidente da República, como se fosse impulsionado por uma mola, foi logo para lá. Dou-lhe os parabéns por isso, acho que foi um ato genuíno de comoção”, afirmou.
Havia no entanto críticas que tinha para fazer, como o próprio anunciou: “Provavelmente vou dizer coisas que vão irritar muita gente, talvez não sejam politicamente corretas”.
“É evidente que temos de ter total solidariedade com os que estão a sofrer e com os que morreram, mas a única forma de ter solidariedade é falar verdade”, disse Júdice, acrescentando que Marcelo “foi bravo mas começou logo a desvalorizar as responsabilidades, é típico dele, é tentar que tudo fique bem”.
“O próprio António Costa, com menos hipérboles, como convém a um primeiro-ministro, não andou longe de dizer o mesmo”, criticou ainda.
“Uma tragédia natural não é imprevisível, o que é imprevisível é quando acontece. Portanto devemos estar preparados para as tragédias naturais”, afirmou o advogado e comentador.
“Eu vi, não sei se na Internet, que aparentemente a época dos incêndios abre no dia 30 de junho. Portanto as causas naturais que fiquem a saber”, disse ainda Júdice em tom irónico.
A este respeito, realce-se, esclarecemos que a época de incêndios começa oficialmente a 15 de maio e termina a 15 de outubro. Entre 1 de julho e 30 de setembro vigora um período em que os meios de combate a fogos se encontram na sua capacidade máxima, é a chamada fase Charlie.
“Hoje em dia começamos a ter incêndios fora da época de incêndios, então devemos estar alerta o ano inteiro”, sugeriu ainda José Miguel Júdice, que lembrou igualmente erros do passado em Portugal: “Andámos décadas a fazer o contrário do que é o ordenamento do território”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com